3 bons motivos para ver “A Garota da Canção”

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“A Garota da Canção” é um filme independente, novinho em folha, lançado este ano e que, para nossa alegria, está no Netflix. A história dele pode soar até meio “méh!“. Mas quando mergulhamos… é encantador!

Eric é um jovem músico aspirante que vive em Londres. Sua vida muda quando ele conhece Jo, uma menina impulsiva, divertida e linda que representa exatamente o oposto de Eric. Em todos os sentidos. Como vocês já devem imaginar, eles se apaixonam.

Mas, um dia, Jo desaparece. Eric descobre que ela está no Burning Man com seu ex, Alex, e sua amiga Penelope. Temendo que ele a tenha perdido para sempre, Eric embarca em uma viagem caótica para recuperar sua garota.

Essa pequena sinopse, vocês encontram em qualquer lugar na internet. Mas como somos o FolkdaWorld, vamos te dar 3 motivos bons de verdade para ver esse filme.

 

1. A música

 

Bom, se você já leu qualquer um dos posts que já fizemos aqui sobre filmes, vai saber que sempre falamos de obras que tenham alguma ligação com o universo  folk. “A Garota da Canção” é mais um deles.

A trilha sonora é uma maravilha para nossos ouvidos, o filme é todo cheio de altos e baixos, como um bom romance conturbado deve ser. E todos eles são muito bem embalados por lindos acordes.

Mas a joia a ser trabalhada aqui é o Eric que, como já disse, é músico. Ele tem uma excelente voz e dedilha super bem seu violão. Ao longo do filme vamos vê-lo apresentar alguns covers devastadores. Como “Love Will Tear Us Apart Again”, do Joy Division, e “Hallelujah”, do Leonard Cohen. (Aconselho clicarem nesses links para verem os covers, apenas depois de assistirem ao filme. A emoção da surpresa no longa é maior. Vai por mim!)

E eu nem vou falar sobre a tal da canção, que é realmente linda. Vou deixar vocês assistirem e tirarem suas próprias conclusões.

 

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2. O mito de Orfeu

 

O roteiro de “A Garota da Canção” é uma adaptação livre e moderna do mito grego de Orfeu e Eurídice.

Para quem não sabe ou não lembra, Orfeu era um jovem músico que perdeu sua amada Eurídice. Devastado por sua morte, ele viaja para o Submundo com a ajuda de sua lira para implorar aos deuses e tentar recuperá-la. Comovido pelas melodias devastadoras de Orfeu, Hades e Perséfone – deuses do Submundo – decidem conceder seu desejo com uma única condição: ele deve viajar a diante, sozinho, sem olhar para trás para checar se Eurídice o está seguindo, até que eles cheguem no mundo dos vivos. Ele deve simplesmente confiar que ela o está seguindo. Orfeu parte de volta, atravessando perigos, se perguntando se os deuses o fizeram de bobo. E quando ele está prestes a alcançar o mundo dos vivos, quando ele quase pode saborear o reencontro, algo dentro dele faz com que ele olhe para trás. Orfeu, então, se volta e vê Eurídice desaparecendo diante de seus olhos.

Toda essa baita adaptação é incrivelmente reproduzida em imagens lindas. A fotografia, o cenário, os atores… É tudo tão simples e bonito que não tem como não se apaixonar.

 

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3. O Burning Man

 

Falando em cenário, o filme é dividido em cenas filmadas em Londres e no deserto de Nevada, mais especificamente durante o festival Burning Man, um dos mais loucos do mundo.

Assistir a esse filme te dá uma experiência bem próxima da realidade do festival, da magia, da loucura, das razões por se estar ali.

A equipe de filmagem chegou a realizar um financiamento coletivo no site Indiegogo para que isso acontecesse. Como vocês podem ver no site, eles não chegaram nem perto da grana que pediram, mas gravaram mesmo assim. E, olha, as cenas são incríveis!

Os roteiristas e produtores quiseram enfatizar o contraste dos dois mundos dos personagens. Para isso, capricharam nos tratamentos muito diferentes (na câmera, na luz e em todos os outros departamentos), o que define muito bem os diferentes estágios e a progressão da jornada dos personagens.

Enquanto Eric é o carinha meigo e educado da clássica e cinzenta Londres, Jo é a luz e o fogo da mágica e surpreendente Black Rock City.

Sendo assim, o Burning Man foi o submundo perfeito para Eric. O lugar representa o mundo da fantasia, onde deuses, ninfas e magia pertencem. De certa forma, Londres era sempre o que Eric representava, e Burning Man era Jo.

 

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Bom, acho que vocês já tem informações suficientes para quererem assistir ao filme. Se eu falar mais, posso vazar algum spoiler. Então, a minha dica é que vocês assistam e depois visitem o site do filme para explorar mais coisas interessantes sobre ele.

Deixo vocês com o trailer do longa e a trilha sonora.