Três canções compõem “Nocturne”, o terceiro EP de Blanco White, lançado na última semana de outubro. E basta dar play em uma delas para sentir a grandiosidade do talento desse cara que mistura seu folk londrino com elementos da Andaluzia e da América Latina. Isso porque ele estudou violão em Cádiz (Espanha), e mais tarde o instrumento andino charango em Sucre (Bolívia). A influência, claro, é perceptível em sua exótica e deslumbrante música.

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O trabalho começa com a faixa homônima, cuja letra é em sua maioria descritiva e, segundo o músico, foi tirada de memórias e imagens da noite. “Escrita tarde depois de não dormir o suficiente, eu queria comunicar um sentimento de delírio ao longo da música, enquanto ao mesmo tempo explorava a clareza surreal e cores sobrenaturais da noite em um lugar remoto”, descreve Blanco.

Depois, ouvimos “Olalla”, uma mistura de construção gradual da melodia e os vocais evocativamente trêmulos do músico criando uma fascinante experiência musical. A faixa é sobre as cidades e aldeias do sul da Europa. “Muitas vezes esses lugares são incrivelmente bonitos, mas estão sendo abandonados lentamente à medida que as comunidades de anúncios de empregos migram para outros lugares. Acho que me senti movido por essa ideia de perda e mudança aparentemente inevitável. Embora a narrativa lamenta que isso mude, espero que a música ainda seja edificante de alguma forma e capture um pouco da empolgação que senti ao tropeçar em um lugar bonito assim”, explica.

Por fim, a faixa “Sol”, única inédita – já que as anteriores haviam sido lançadas como singles – encerra o disco com uma suavidade exuberante. A melodia simples encontra aconchego na voz de Blanco nos trazendo ora conforto, ora inquietação. A letra parece um diálogo com alguém do passado, mas que ainda é importante demais para avaliar o presente “Was I a better man, with you Sol?”, pergunta Blanco ao longo da canção.

Blanco White é mais uma vez excepcional e nos deixa com um EP daqueles que nos dá vontade de mais, muito mais! Play pra conferir!