Cinco músicas para conhecer – Bob Dylan

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Olá, pessoal! É minha estreia por aqui e eu não poderia começar falando de um assunto que eu goste mais. Não, não estou falando de música. Nem de Folk. Claro que está tudo envolvido num pacote só, mas o assunto a que me refiro é Bob Dylan.

E antes de continuar o texto gostaria que você desse play nessa música enquanto vai lendo. É só pra incrementar a experiência da leitura.

O cara que disseminou o Folk como ninguém e revolucionou a história da música, influenciando tudo quanto é artista que você encontra por aí, está fazendo 75 anos hoje. Aproveitando o momento, vamos dar início a uma ideia bacana pra poder conversar ainda mais sobre Folk e conhecer melhor sua história.

Em um papo com Maísa (a líder desse lindo site que você está lendo) rolou uma discussão sobre como o Folk tem caído no gosto de públicos variados e como mais e mais artistas se destacam fazendo esse som. Mas poucas pessoas se preocupam em ir além dos acordes bonitinhos de banjo (coloque aqui qualquer outro instrumento que seja considerado incomum pela maioria) e do estilo alternativo que passou a figurar como marca do gênero atualmente.

Não tenho nada contra a forma com que cada um expressa ou admira o Folk. Acho fantástico que surjam mais e mais bandas e artistas cantando essa mensagem por aí. Acontece que a mensagem é bem mais que o estereótipo que está sendo levado adiante.

Por isso consideramos importante conhecer um pouco mais das raízes e de como e pra onde as coisas correram no decorrer da história, nem que seja pra descobrir que curte mais o que a galera faz hoje. O Folk está cheio de histórias fortes que marcaram gerações e muita gente não conhece obras de extrema relevância.

Foi daí que surgiu a ideia do Cinco músicas para conhecer. Às vezes não gostamos (ou acreditamos não gostar) de uma banda/artista/cantor/sejaoquefor apenas por não conhecer o suficiente. E a razão de não conhecermos bem talvez se deva ao fato de não ter tido ninguém para nos apresentar.

Não seja por isso. Nosso compromisso é de justamente apresentar essa galera pra vocês. Vão ser listas de cinco músicas que são capazes de transmitir um pouco da essência de determinado artista. E nada mais justo que começar com Bob Dylan no dia do seu aniversário.

O desafio aqui é conseguir listar só cinco músicas de Dylan. Foi por isso que eu já comecei com uma extra (que você deve estar ouvindo agora, ou já ter terminado. Depende do seu ritmo de leitura, enfim..). ‘Blowin’ In The Wind’ talvez seja sua música de maior sucesso e uma das mais regravadas (acho difícil você não já ter escutado). Marcou seu primeiro álbum inteiramente autoral e deu início a sua fase de canções de protesto.

freewheelin

Começando pra valer agora, vai.

1 – Don’t Think Twice, It’s All Right
(Ábum: The Freewheelin’ Bob Dylan – 1963)

Como ele negou bastante o título de cantor de protesto (e esse é um assunto para um próximo texto), indicamos aqui outra música do seu primeiro álbum autoral, mas dessa vez uma que fala de um caso de amor do jovem Dylan. Muitas foram as canções inspiradas nas mulheres da sua vida, mas esta tem como musa inspiradora Suze Rotolo, ninguém menos que a moça da capa do álbum.

2 – Mr. Tambourine Man
(Álbum: Bringing It All Back Home – 1965)

Nem só de músicas de protesto e canções de amor vive Bob Dylan, por isso nós temos aqui uma de suas letras mais deliciosamente loucas (tanto quanto ‘Táxi Lunar’). Escrita durante uma viagem pelo sul dos Estados Unidos a composição fala de um Senhor tocador de tamborim para quem Dylan pede canções enquanto entoa versos malucos. Ele nega que se trata de uma música sobre drogas, mas muitos afirmam não existir dúvidas que rolou, no mínimo, muita maconha na parada aí. Independente disso, é uma canção livre que fala de algo bem maior no mundo das artes.

3 – Ballad of a Thin Man
(Álbum: Highway 61 Revisited – 1965)

Essa é do seu primeiro álbum totalmente elétrico, o que o distanciou do violão e da gaita que lhe deram fama e irritou os fãs do bom e velho Folk originário. Ele chegou a ser chamado de “Judas” por ter, teoricamente, traído o movimento. Em vez de resumir o álbum em ‘Like a Rolling Stone’ como muitos fazem, prefiro a música de Mr. Jones, que apresenta um Dylan mais rebelde e sarcástico fazendo críticas a uma sociedade superficial. Existem muitas teorias a respeito de quem seja o Mr. Jones cantado na música, porém a mais aceitável é a que faz alusão a um jornalista que certa vez o entrevistou. O próprio Bob Dylan fala que escreveu a letra numa época em que faziam muitas perguntas a ele. O vídeo acima não tem a música completa mas mostra bem a figura outsider que ele esboçava naquele momento (trata-se de uma cena extraída do documentário “No Direction Home”, dirigido por Martin Scorsese).

4 – All Along The Watchtower
(Álbum: John Wesley Harding – 1967)

Pra essa música abro uma exceção e solto uma versão feita por Jimi Hendrix, só porque o próprio Dylan adorava ela (e porque não achei nenhum vídeo com qualidade satisfatória na voz de Bob Dylan, no Youtube). Mas essa é outra de suas músicas que foram gravadas por todo o mundo. Dá uma olhada por aí. E para ouvir a versão original de Dylan, é só ir no Spotify.

5 – Knockin’ On Heaven’s Door
(Álbum: Pat Garrett & Billy The Kid – 1973)

Pra terminar, essa que é conhecida da geral, mas na voz de Axl Rose ou Zé Ramalho. Pois é, galera, “bate, bate, bate na porta do céu” foi escrita por Bob Dylan para a trilha sonora de um filme de Sam Peckinpah. Já no fim das gravações, quando o negócio não estava andando bem, exigiram de Dylan uma nova música e foi daí que saiu essa faixa. Por pouco o mundo não conheceria ‘Knockin’ On Heaven’s Door’.

Então é isso, minha gente. Se ninguém me tirar daqui eu não saio nunca. Por isso estabeleci desde o início que seriam só cinco músicas (e ainda quebrei a regra =x). Mas podemos conversar mais sobre Dylan depois. Acho que essa listinha pequena já desperta um pouco de interesse na obra de um dos grandes nomes da música mundial. E pra vocês que já conhecem o homem, comentem aí quais suas músicas favoritas dele.

Valeu, galera!