Conheça o ‘Blues Brasileiro Foragido Americano’ da Facção Caipira

por

Eles subiram no palco da nova temporada do SuperStar, apresentando um trabalho autoral e mandaram muito bem no mix de ritmos que fazem. Claro que a gente não deixou de perceber as influências e os elementos country-folk que se misturam com o rock-blues e que fazem a autonomia da banda.

Confere aí nosso papo com a Facção Caipira.

FDW: Country, Blues, Rock e uma pitada de regionalismo brasileiro. Como surgiu a Facção Caipira e a ideia dessa mistura de ritmos?

Facção Caipira (Jan Santoro): Eu comecei a compor cedo, e já vinha com algumas músicas engatilhadas com a vontade de ter uma banda, um projeto autoral. Juntei com Vinicius Camara, eu tocava violão de aço e ele baixo, com alguns amigos começamos a fazer uns covers de blues mas trabalhando algumas canções autorais dentro do estilo. Tempos depois fizemos um show em que Daniel Leon se apresentou na mesma noite com uma outra banda de blues, eu já conhecia ele, dos bares da vida – uma vez tocamos juntos nesses encontros de mesa e foi bem bacana, tempos depois ele já estava no projeto. Ensaiávamos no estúdio do Renan Carrico (e continuamos ensaiando até hoje), o Estúdio Villa em Niterói, ele já vinha querendo produzir alguma coisa com a gente e um dia ele cobriu um show que nosso ex-baterista não pode fazer e acabou assumindo o posto vestindo a camisa Caipira. A mistura de ritmos ocorreu de forma bem natural, na verdade nunca tivemos essa pretensão, sempre trabalhamos livremente o que acontece é que as influências falam mais alto e deu no que tem dado.

FDW: Por falar em influências… Quais artistas inspiram a banda?

Facção Caipira (Jan Santoro): A gente tem um pé forte no blues, referência de Johnny Winters, Derek Trucks, Roy Rogers, Duane Allman, Eric Sardinas, Elmore James, Robert Johnson. Todos são grandes guitarristas e tocam slide pra cacete. Daniel trabalha bastante com regionalismo, mas o gosto musical vai de Little Walter a Beethoven, segundo ele; Renan tem um pé forte no Led Zeppelin com a bateria visceral de John Bonham; e Vinicius Camara traz bastante coisa dos Beatles, uma pegada indie com linhas de baixo bem inusitadas. Mas todos dentro do Rock n’ Roll!

FDW: Vocês já tem um DVD gravado no Teatro Municipal de Niterói, cidade natal da banda. Como foi tocar para um público tão familiar?

Facção Caipira (Renan Carriço): Foi ótimo,como sempre é em Niterói. Como muita gente acompanha a banda desde o seu surgimento, os shows são sempre o Jan disputando voz com o público. Acho que muito do que conquistamos até agora a gente conseguiu graças ao público da nossa cidade natal. Desde o início eles compareceram nos shows, tanto que esse dia foi o lançamento do nosso EP de estreia e a casa ficou completamente lotada, coisa que não acontecia no Teatro, segundo funcionários, há alguns anos e todos os discos da primeira remessa foram vendidos. Sem contar que toda a base de divulgação foi em redes sociais no início, quando éramos muito fracos se tratando de internet e atingíamos pouca gente,nossos amigos e fãs de Niterói propagaram nossas atualizações de shows, lançamentos e novidades além do que conseguiríamos naquele momento por conta própria. E hoje não mudou nada. Sempre que temos um show na cidade, amigos, familiares e fãs divulgam para o máximo de gente possível então sempre os shows são bem cheios e com um público tanto fiel que canta as músicas do início ao fim,quanto de pessoas novas que estão assistindo pela primeira vez a gente ao vivo. 

facção

FDW: Recentemente vocês passaram pelo palco do programa SuperStar, da Rede Globo. Apesar de não terem passado para a próxima fase, imagino que a repercussão tenha gerado muitas coisas positivas para a banda. O que aconteceu depois da apresentação?

Facção Caipira (Renan Carriço): A exposição é incrível! No mesmo dia e até agora todas nossas redes sociais tem aumentado bastante. Passamos dois dias respondendo mensagens tanto para nossos perfis pessoais quanto para as redes da banda. 
(Jan Santoro) Entramos em contato e tivemos o retorno de grandes artistas como Leo Jaime, Lucas Lima, Tico Santa Cruz e o grande critico Jamari Franca – agora é trabalho em dobro, mas nada do que a gente já não tinha se pré disposto a embarcar. Estamos conversando com as bandas do programa também e torcendo ainda pra todas que passaram por ali conseguirem um espaço nesse cenário artístico tão bonito, aproximar tudo isso do que a gente tá construindo no RJ com as bandas daqui, dá pra ver que tá pintando em vários lugares #acenavive forte hoje e estamos todos juntos nessa.

Assista a apresentação da Facção Caipira no Superstar!

FDW: Já faz um tempo que vocês lançaram o último trabalho. O que podemos esperar da Facção Caipira daqui pra frente?

Facção Caipira (Renan Carriço): O disco está pronto e mixado. Estamos no processo de escolha de capa e onde masterizar ele. Temos muita certeza de que esse nosso “filho primogênito” é o trabalho que faltava pra realmente expor pra todos o que é a banda hoje. É um trabalho visceral, minucioso, cheio de detalhes, e principalmente com muito amor injetado. Optamos por uma estética sonora na mixagem que transmitisse o que a banda representa, então vocês não vão encontrar nesse trabalho nenhum tipo de referência nem influência de qualquer mixagem moderna pop ou dentro de padrões mercadológicos. 

E aí, vamos de som?

Visite aqui o site oficial dos meninos e fiquem por dentro de todas as novidades da banda!