Review: 10 álbuns do folk internacional lançados em abril

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Mais lançamentos sensacionais em abril. Veteranos e debutantes fizeram bonito neste mês. Destaque para o folk que está sendo produzido na África. O duo Twee e a musicista Alice Phoebe Lou foram grandes descobertas. Confira a lista!

Laura Gibson – Empire Builder (1º de abril)

Este é o quarto disco da carreira de Laura Gibson. O som é tipicamente folk com aquela pegada de guitarra que pesa o clima. O violino em ‘Not Harmless’ é bem gostoso de ouvir, ‘Empire Builder’, que dá nome ao disco é doce e tem uma segunda voz masculina que eu curti muito. ‘Louis’ tem o dedilhado e a narrativa do típico folk-americana. Mas ‘Damn Sure’ é a minha favorita aqui neste trabalho. Soa como trilha sonora de algum filme que eu consideraria meu favorito, deu pra entender? (risos). Enfim… Discão!

Piekniek Vir Twee – Twee (06 de abril)

Confesso que foi muuuito estranho para mim ouvir esse disco inteiro. Primeiro porque eu não entendi nada das letras (eles são da África do Aul), segundo porque eu amei de cara esse álbum e é muito difícil eu gostar de algo que eu não entendo. ‘Ek Sweer’ que abre o disco é sensacional, pegada animada que faz a gente bater o pé; ‘Piekniek Vir Twee’, que dá nome ao disco é linda, melodicamente falando, já que eu ainda não sei uma vírgula do que eles estão falando (com exceção do nome ‘Piquenique para Dois’, que eu já pesquisei). ‘Sink’ tem um dedilhado maravilhoso… Eu passaria muito tempo falando desse disco. Dá logo play que é BOM DEMAIS!

Orbit – Alice Phoebe Lou (08 de abril)

Mais um som do continente africano, dessa vez em inglês mesmo. Alice Phoebe Lou apresenta um disco suave e que, muitas vezes, soa meio psicodélico. Apesar de já ter alguns trabalhos espalhados por aí, este é o primeiro disco da musicista (em parceria do músico Matteo). Alice cresceu nas montanhas da África du Sul, mas viajou pela Europa, em sua adolescência, e isso influencia muito na essência da sua música. ‘Orbit’ é um disco suave e muitas vezes hipnotizante, assim como a bela voz de Alice. Vale muito a pena ouvir.

Cleopatra – The Lumineers (08 de abril)

The Lumineers dispensa apresentações, mas preciso repetir que esta é a banda que mais tem roubado a cena da nova geração do folk-americana. Este segundo disco do grupo soa mais maduro, mais melódico e mais bonito que o álbum ‘The Lumineers’, lançado em 2012. A voz de Wesley Schultz está mais impositiva e isso deixa tudo mais intenso. O single ‘Ophelia’ faz o mesmo papel de ‘Ho hey’, no álbum anterior, abrindo as portas e convidando as pessoas a passear nessa beleza musical. ‘Angela’, uma das minhas faixas favoritas, enfatiza a essência do estilo americana no grupo. Vale ouvir!

Hope & Sorrow – Wilder Adkins (08 de abril)

Discão! Já começo assim. Wilder Adkins faz um som maravilhoso aqui. O músico de Cobb County, Geórgia, ainda não é famoso, mas deveria. Som de qualidade, honesto e feito com o coração. ‘Gentle Woman’ é uma excelente pedida para quem curte um Ryan Adams misturado com Bon Iver e Ben Howard. Aliás, o disco inteiro é perfeito para ouvidos que curtem esse som meio folk alternativo com lo-fi. Minha favorita é ‘Cherry Blossoms’.

PersonA – Edward Sharpe & The Magnetic Zeros (15 de abril)

O indie-folk-psicodélico do Edward Sharpe & The Magnetic Zeros está de volta. O álbum é muito mais reflexivo e, confesso, estranhei as primeiras faixas e senti falta da alegria dos álbuns anteriores aqui. A capa, uma pintura do Christian Letts, parece mostrar que a banda passou para uma outra fase. As faixas também. Não é meu disco favorito deles, mas gostei da doçura de ‘Somewhere’, da melodia de ‘No Love Like Yours’ e a fofura de ‘Free Stuff’.

Love Letter For Fire – Sam Beam and Jesca Hoop (15 de abril)

Este é mais um disco daqueles duos inusitados que você nunca espera acontecer. É um álbum romântico, com duetos bem colocados e uma sonoridade americana mais tradicional. Os diálogos e os arranjos são belíssimos, mas não ganhou meu coração. ‘Welcome to feeling’, faixa que abre o disco é uma bela abertura para o que vamos ouvir em seguida. ‘Bight Lights and Goodbyes’, ‘Kiss Me Quick’ e ‘Valley Clouds’ são minhas favoritas.

>> Sam Beam e Jesca Hoop preparam álbum juntos; ouça single ‘Every Songbird Says’

Dust to Dust – Stella StageCoach (22 de abril)

“Uau!” Foi o que falei na primeira mudança de acorde de ‘Free of You’, a primeira faixa desse EP. Stella Stagecoach, na verdade é Matthew Morgan, e compõe para filmes, TVs e propagandas. O som desse cara me lembra muita coisa: Hozier, One Replubic, Coldplay… Tem uma voz feminina aí no meio que lembra a Birdy… É uma misturada boa de rock-indie com folk. É difícil ouvir uma faixa desse EP sem querer pesquisar mais sobre esse cara.

Joshua Radin Live from the Village (Deluxe) – Joshua Radin (22 de abril)

Joshua Radin quebra tudo nesse disco ao vivo que reúne algumas de suas melhores canções. Entre elas, ‘Winter’ que ficou famosa no seriado americano Scrubs. O americano de Ohio meio que se consagrou com trilhas sonoras, ele já compôs para Grey’s Anatomy, Brothers and Sisters, American Idol e alguns filmes como O Diário de uma Babá e Pegar e Largar. Eu conheci o som do Radin há bastante tempo quando o Ashton Kutcher compartilhou um cover dele para alguma música do Sinatra, acho. Gostei de cara, acho que vocês vão gostar muito também. O som dele lembra em vários momentos o de caras como Ed Sheeran, James Blunt e Passenger. Play!

They Moved in Shadow All Together – Emily Jane White (29 de abril)

Esse é o quinto disco da carreira da americana Emily Jane White, que faz um indie-folk bem melancólico, às vezes soa até meio erudito. Esse estilo não é bem minha praia, mas confesso que o disco é bem bonito e dá pra perceber que ela usou e abusou de habilidades musicais aqui. Li até que ela gravou o disco numa salinha de escritório que ecoava. Pura arte.