“This album is all your fault”, Radnor and Lee talk about their next album and how the experience in Brazil impacted them
por Mateus Santos
Two years have passed since Radnor and Lee released their first self-titled album. The duo’s first work together ended up taking them on a tour of five shows in Brazil, and surprising all of us (and also them!) it makes them write and record a new album: Golden State, to be released on May 8. We talked to the duo about this new album and how the experience with the Brazilian audience impacted them.
FOLKDAWORLD: In Outside In, the first single from the new album, Golden State, you talk a lot about self-love and reflect about how people should focus on how we are on the inside. Nowadays, it’s very common to find people that don’t have that and it’s kind of a challenge to accept who we are. How was the process of writing this?
BEN: It was a simple process, as it usually is between us. You know “you wash, I’ll dry.”
JOSH: Wait, who’s washing and who’s drying…?
FDW: The lyrics of this new single shows how life can be a mess, especially when it comes to put your art out there and how love can hurt and be a risk for anyone. In the first album, you were very sincere in each song. It seems like both of you are putting your hearts into these songs, and it’s not different with Outside In. How difficult it is to express feelings through music? Do you feel kind of exposed somehow?
BEN: I like the version of me in my songs often better than the real thing. Its like you create a burning man style effigy of yourself, an ideal self, and then burn it down for the audience. I’ve done it for so long, its kinda become 2nd nature.
JOSH: I feel like if there’s no risk of ridicule I’m probably not doing anything all that interesting. The trick is to not go over the line into self-pity or some level of introspection that’s unbearable. I like art that’s generous, that pulls me in so I can recognize myself in someone else’s super specific story. In that way I think art, and especially music, serves as an antidote to loneliness.
FDW: Your first album has a lot of optimism and it’s a little bit metaphorical. Golden State is also like that or did you guys write something darker? And is there a special inspiration for the name of the album or is it really about California?
BEN: Dark and light are tricky to talk about, or to quantify. You might say its darker, but its a little more aware of its darkness, so that makes it lighter. People that don’t acknowledge their darkness are the real scary ones. California is a metaphor for us as much as to anyone else who lives here.
JOSH: Paradox runs rampant on this album and in that way I think it’s a more mature cycle of songs than our first batch. I would say Golden State is darker but it’s also cheekier and looser. There’s just a lot more life in it. As far as the title goes, sure. It’s a state of residence and also a state of mind.
FDW: This single already shows that you are adressing a messy life, with disappointments and failures. Do you think that this album is a result from experiences? And can both of you imagine a younger version of yourselves singing about those things?
BEN: I tried singing songs like these when I was younger, but I couldn’t pull it off. I looked like a kid wearing my dad’s suit.
JOSH: The things we make are naturally reflective of who we are when we make them. In that way, there’s a kind of documentary meta-narrative that accompanies anything creative. You can only write from where you are. The next bunch of songs Ben and I write will be different because we will be different. Ben impresses me in his ability to shed his skin, toss out the old, and write from a different place. Part of the joy of making stuff is letting yourself evolve. And I think you get in trouble as an artist if you get too comfortable in any lane.
FDW; Josh, you’ve said in previous interviews that you love meditation. Your plan for this last new year’s eve was actually meditate while we entered 2020. Will we see a reflection of this in Golden State? And what about spirituality? Is it something that you guys tried to address through this album?
JOSH: For me spirituality is simply about honoring the unseen: intuition, consciousness, emotion, thought. The material world is so distracting and addictive but most of life if you think about it (!!) is happening internally. I feel like Ben and I try to dig beneath surfaces. That’s what Outside In is about and really what a lot of the record is about.
FDW: There’s a very interesting thing about this new album, which is the art of the cover. It was Jon Marro who drew it. In the cover, you’re connected to some kind of roots and there’s an hourglass and a bunch of other elements. Can you guys talk about what was the idea behind it?
BEN: I like the art because we look like psychedelic Jewish cowboys, which were always my favorite Marvel superheroes.
JOSH: Jon is a really dear friend of ours and a supremely talented artist. He listened to the record for a few weeks before designing the cover and he hid little Easter eggs throughout that refer to lyrics of our songs. I couldn’t be happier with the album cover. To me it just feels like the music we made.
FDW: When the last album came out, the two of you went on tour. One of the most remarkable shows was in Brazil and there was such a good energy back then. How did that affect your career and the rest of the tour?
BEN: Oh man you guys spoiled us. We were innocent before we met y’all. We were a couple of guys making music on a couch without too many ambitions around it. You took that innocence and made us think about bigger things, about playing bigger audience, connecting more. You ruined us. This album is all your fault.
FDW: Golden State is out May 8. After that, will you guys go on tour? And what about Brazil: can the fans expect you coming back this year?
BEN: We hope so. Everything beautiful happens because the timing is right. I’ve got my fingers crossed.
JOSH: A lot is up in the air because of scheduling but we’re super excited to hit the road and bring these new songs to people. We’re especially excited to get back to Brazil.
Dois anos se passaram desde que Radnor and Lee lançaram seu primeiro e autointitulado álbum. O primeiro trabalho do duo acabou por levá-los para uma turnê de cinco shows no Brasil, que para surpresa de todos nós (e também deles!) os impulsionou a escrever e gravar um novo disco: Golden State, à ser lançado em maio de 2020. Conversamos com a dupla sobre este novo álbum e como a experiência com o público brasileiro os impactou.
FOLKDAWORLD: em Outside In, a primeira música do novo álbum chamado Golden State, vocês falam muito sobre amor próprio e refletem sobre como as pessoas devem focar mais em como nós somos do lado de dentro. Hoje em dia, é muito comum achar pessoas que não têm isso e é um certo desafio aceitarmos a nós mesmos. Como foi o processo de escrever isso?
BEN: Foi um processo simples, como normalmente é entre nós. Do tipo: “você lava e eu seco”.
JOSH: Espera, quem vai lavar e quem vai secar…?
FDW: a letra dessa nova música como a vida pode ser uma bagunça, especialmente quando se trata de colocar a sua arte lá fora e como o amor pode machucar e isso pode ser um risco para qualquer um. No primeiro álbum, vocês foram muito sinceros em cada música. Parece que vocês estão colocando os corações nessas canções e não é diferente em “Outside In”. Quão difícil é se expressar por meio da música? Vocês se sentem expostos de alguma forma?
BEN: eu normalmente gosto mais da minha versão nas músicas do que a real. É como se você criasse uma figura sua pegando, uma imagem idealizada, e então queimasse isso para a audiência. Eu fiz isso por tanto tempo, basicamente se tornou minha segunda natureza.
JOSH: eu sinto que se não existe um risco de parecer ridículo eu provavelmente não estou fazendo nada tão interessante. O truque é não ir naquela linha de autopiedade ou algum nível de introspecção que é insuportável. Eu gosto de arte que é generosa, que me puxa para dentro de uma forma que eu consiga me reconhecer na história super específica de outro alguém. Assim eu penso que a arte, e especificamente música, serve como um antídoto para a solidão.
FDW: o primeiro álbum de vocês tem muito otimismo e é um pouco metafórico. Golden State também é assim ou vocês escreveram algo mais obscuro? E existe alguma inspiração especial para o nome do álbum ou é realmente sobre a Califórnia?
BEN: escuridão e luz são coisas complicadas de se falar, ou quantificar. Você pode dizer que é mais obscuro, mas é um pouco mais consciente de sua escuridão, o que faz com que seja mais iluminado. Pessoas que não reconhecem a sua escuridão são as verdadeiramente assustadoras. Califórnia é uma metáfora para nós o mesmo tanto que é para quem vive aqui.
JOSH: Paradoxo corre de forma desenfreada nesse álbum e dessa forma eu acho que é um ciclo mais maduro de músicas do que a nossa primeira leva. Eu diria que Golden State é mais obscuro mas também é mais atrevido e mais frouxo. Tem apenas muito mais vida nele. Em relação ao título, claro. É um estado de residência e também um estado de mente.
FDW: essa música já mostra que vocês estão falando de uma vida mais bagunçada, com decepções e falhas. Vocês acham que esse álbum é um resultado de experiências? E os dois conseguem imaginar uma versão mais nova de vocês cantando sobre essas coisas?
BEN: eu tentei cantar músicas assim quando era mais novo, mas eu não conseguia. Eu parecia uma criança usando o terno do seu pai.
JOSH: as coisas que fazemos são naturalmente um reflexo de quem somos quando as fazemos. Nesse sentido, tem um tipo de documentário meta-narrativo que acompanha tudo que é criativo. Você só pode escrever de onde está. As próximas músicas que Ben e eu escrevermos vão ser diferentes porque nós seremos diferentes. Ben me impressiona na habilidade dele de mudar sua pele, jogar fora a antiga, e escrever de um lugar diferente. Parte da alegria de fazer coisas é se deixar evoluir. E eu acho que você se complica como artista se fica confortável demais em qualquer coisa.
FDW: Josh, você disse em entrevistas anteriores que ama meditação. O seu plano para essa última virada de ano foi na verdade meditar enquanto entrava em 2020. Vamos ver um reflexo disso em Golden State? E sobre espiritualidade? É algo que vocês tentaram falar sobre nesse novo álbum?
JOSH: para mim espiritualidade é simplesmente sobre honrar o não visto: intuição, consciência, emoção, pensamento. O mundo material é tão distrativo e viciante mas a maior parte da vida se você para pra pensar (!!) está acontecendo internamente. Eu sinto como se Ben e eu tentássemos cavar através de superfícies. É isso que Outside In é sobre e basicamente muito do que o próprio álbum é sobre.
FDW: tem uma coisa muito interessante sobre esse novo álbum, que é a arte da capa. Foi Jon Marro que desenhou. Na capa, vocês estão conectados a algum tipo de raiz e tem uma ampulheta e vários outros elementos. Vocês podem falar um pouco sobre a ideia por trás disso?
BEN: eu gosto da arte porque nós parecemos muito Judeus caubóis psicodélicos, que sempre foram meus super-heróis favoritos da Marvel.
JOSH: Jon é um amigo querido nosso e um artista muito talentoso. Ele ouviu ao álbum por algumas semanas antes de desenhar a capa e fez algumas pequenas referências nesse processo citando algumas letras de nossas músicas. Eu não poderia ficar mais feliz com a capa do álbum. Para mim simplesmente dá a sensação das músicas que fizemos.
FDW: quando o último álbum saiu, vocês dois saíram em turnê. Um dos shows mais memoráveis foi no Brasil e havia uma energia tão bom naquele evento. Como isso afetou a carreira de vocês e o restante da turnê?
BEN: ah, cara, vocês mimaram a gente. Éramos inocentes antes de conhecer vocês. Éramos dois caras fazendo música em um sofá sem muitas ambições nisso. Vocês pegaram essa inocência e nos fizeram pensar coisas maiores, sobre tocar para uma audiência maior, nos conectar mais. Vocês nos arruinaram. Esse álbum é culpa de vocês.
FDW: Golden State vai ser lançado no dia 8 de maio. Depois disso, vocês tem planos de sair em uma turnê? E em relação ao Brasil: os fãs podem esperar um retorno de vocês esse ano?
BEN: nós esperamos que sim. Tudo de bonito acontece porque o tempo é certo. Eu estou com os dedos cruzados.
JOSH: tem muita coisa no ar por causa dessa questão de agenda mas estamos super animados de pegar a estrada e levar essas músicas novas para as pessoas. Estamos especialmente animados para voltar ao Brasil.