Confira os principais lançamentos folk de Julho e Agosto de 2018
por Maísa Cachos
Dando continuidade aos lançamentos do ano, confere aí a listinha que preparamos com os principais lançamentos dos primeiros 2 meses desse segundo semestre.
Não deixe de conferir também nossas listas de lançamentos de Janeiro e Fevereiro, Março e Abril, e Maio e Junho. Além de claro, nosso vídeo com os principais lançamentos do ano até agora!
Julho
Folklore Volume 1 – Vários artistas
Lançamento: 1º de julho de 2018
Este álbum é fruto de um belo trabalho que tá rolando no Reino Unido. Criado e gerido pelo músico Jacko Hooper, desde 2014, o projeto Folklore Sessions organiza pequenos concertos para apresentar artistas independentes da música folk. Em 2018, eles criaram seu próprio selo e, neste EP, reúnem 4 faixas autorais de alguns desses artistas, são eles: George Ogilvie, Oktoba, Bess Atwell e, claro, o idealizador Jacko Hooper. Difícil é escolher a favorita.
Lucy Rose – Something’s Changing (Remixes)
Lançamento: 06 de julho de 2018
Este é um projeto inusitado e bem curioso da Lucy Rose, no qual ela relançou seu aclamado álbum “Something’s Changing” (coincidentemente ou não, lançado há exatamente um ano) com versões em remix. Todos os colaboradores foram escolhidos a dedo pela própria Lucy para remixar uma das faixas do disco em seu próprio estilo. A colaboração conta com nomes como Chartreuse, JAWS, Get Cape. Wear Cape. Fly, Otzeki, Liz Lawrence e muitos outros. Dá pra saber mais sobre o trabalho nesse post aqui. “Love Song”, “Soak It Up” e “Second Chance” estão entre as minas versões favoritas.
https://open.spotify.com/album/6I5BPXWejqW0BEuwcqPNee
Luluc – Sculptor
Lançamento: 13 de julho de 2018
“Sculptor” é o terceiro álbum do duo australiano Luluc, formado por Zoe Randall e Steve Hassett. Neste trabalho, a dupla apresenta, através de progressões simples, seu folk sereno e bucólico. É preciso ouvir o trabalho mais uma vez para se sentir completamente imerso nele. Mas assim que a melodia encontrar o lugar certo no seu ouvido, vai ser difícil parar de dar repeat. “Heist” e “Moon Girl” são as minhas faixas favoritas!
Rayland Baxter – Wide Awake
Lançamento: 13 de julho de 2018
A sonoridade de Rayland Baxter parece estar cada vez mais distante do “Feathers & Fishhooks”, seu primeiro disco lançado ali em 2012. Inclusive, agora em “Wide Awake” ele parece está se aproximando mais do estilo Father John Misty. Portanto, seu novo trabalho passeia ali entre o folk, o indie, o rock, o pop… Sem um foco certo, mas com algumas intervenções instrumentais bem interessantes. Não é um álbum de grandes destaques, porém serve muito bem como música de fundo para um dia de trabalho. A letra de “79 Shiny Revolvers”, a melodia crescente de “Amelia Baker”, a doçura de “Without Me” e, sem dúvidas, a beleza de “Let It All Go Man”, que encerra o disco, estão entre as minhas coisas favoritas neste álbum.
Os Arrais – como, então, viveremos?
Lançamento: 13 de julho de 2018
“como, então, viveremos?” encerra uma sequência de lançamentos que vinha sendo traçada pelos irmãos André e Tiago Arrais. Antes vieram “As Paisagens Conhecidas” (2015) e “Rastros e Trilha” (2017). Além do single “guerra”, que encabeçou as divulgações do EP com uma sonoridade mais indie rock, outras quatro faixas estão presentes no trabalho, reinventando o folk que já é marca registrada nas canções do duo. A faixa “mistério” ganhou a bela participação de Laura Souguellis. Tiago ainda é a voz mais presente nas canções, mas André chega com doçura na narrativa de “semente. Como bem disse o PonjoJão, neste EP “somos presenteados com boas composições que variam entre arranjos enxutos e canções com detalhes complexos, letras que fogem aos lugares comuns e reforçam a qualidade vocal d’Os Arrais“. Minhas favoritas são as reflexivas “dia” e “instante”.
AHI – In Our Time
Lançamento: 13 de julho de 2018
Dono de um grave surrealmente lindo e carregado de emoção, AHI (lêe-se “eye”, olho em inglês) chega com o seu segundo e incrível disco “In Our Time”. AHI, na verdade, é um acrônimo para o nome completo do cantor nascido em Ontário, Ahkinoah Habah Izarh. As 11 faixas do trabalho são impregnadas de uma vibração otimista e cheia de esperança. Os vocais e melodias são fortes e sensacionais! E o álbum tem o intuito de falar sobre o processo de cultivar e manter uma perspectiva positiva diante de tempos difíceis, como é o nosso agora. “Five Butterflies” é a faixa que mais me encantou nesse trabalho, simplesmente perfeita.
Songs Of Rapture & Redemption: Rarities & Live
Lançamento: 13 de julho de 2018
Judee Sill não teve a melhor história do mundo, muito pelo contrário. A cantora era órfã, foi abusada quando criança, passou por reformatórios e até prisão, foi duas vezes divorciada, trabalhou como prostituta, lutou contra o vício em drogas e não apenas suportou uma carreira musical fracassada, mas também as conseqüências de uma acidente de carro horrível que a deixou com a dor residual que acabou com sua sobriedade e levou à sua morte prematura, nos anos 70, após uma overdose de cocaína. Ainda assim, Sill conseguiu deixar uma obra musical incrível. Apesar de comercialmente mal sucedidos, seus álbuns eram criticamente louvados. Nesta coletânea, toda a sua obra é revisitada, incluindo demos, raridades e gravações ao vivo numa qualidade surpreendente. Destaques para “Lady-O”, faixa que compôs para The Turtles, em 1969, “Crayon Angels” e seus clássicos “Jesus Was A Cross Maker” e “The Desperado”.
Carolina Story – Lay Your Head Down
Lançamento: 13 de julho de 2018
Pense nos clássicos country-folk, agora atualize as suas letras. Misture tudo com uma doçura em melodias e vozes encantadoramente entrelaçadas. Pronto! Taí “Lay Your Head Down”, novo disco do duo Carolina Story. Não basta uma capa e título tão bem encaixados, nesse primeiro trabalho com uma grande gravadora, o casal Ben e Emily Roberts apresenta uma sequência de 12 faixas com arranjos de extrema conexão e bom gosto. Aqui o duo revisita algumas faixas lançadas em trabalhos menores, mas também nos apresenta canções inéditas. “We Were Young Once Too”, “Rich Man”, “Your Children’s Children” (que tem guitarras incríveis) e o folkzinho com gaita em “My Feet Keep Moving Still” e a narrativa de “Let Me Rock Let Me Roll” são algumas das favoritas.
Papa M – A Broke Moon Rises
Lançamento: 13 de julho de 2018
Em mais um disco de seu projeto Papa M, David Pajo fala, através da corda de seu violão, nas cinco faixas de “A Broke Moon Rises”, sobre seu senso de conforto e sobrevivência. Os últimos anos não foram gentis com ele. O músico tem lidado com as conseqüências de uma tentativa fracassada de suicídio, um acidente de moto que o deixou em uma cadeira de rodas e sua incapacidade de fazer uma turnê devido a uma falta geral de acesso a deficientes físicos. Você pode imaginar que um álbum de violão solo de alguém vindo através de tudo isso seria algo triste, mas a verdade é que suas faixas mostram a música sendo criada como um cobertor de conforto: Pajo tecendo um mundo sonoro caloroso, familiar e envolvente, a fim de se acalmar. Felizmente, é um cobertor de proporções generosas que também pode cobrir o ouvinte. “Walt’s” é a minha favorita, e “Spiegel im Spiegel” é um excelente calmante.
Lori McKenna – The Tree
Lançamento: 20 de julho de 2018
The Tree é o décimo álbum de estúdio de Lori McKenna. O trabalho, bonito e discreto, conta com 10 músicas sobre famílias, as tensões da vida cotidiana, as aspirações de alguém tentando escrever sobre o mundo e por aí vai. Vale dizer que o trabalho é produzido por Dave Cobb, que também toca guitarra nas faixas. “You Won’t Even Know I’m Gone” é uma das mais sensíveis aqui.
Night Flight – Carousel
Lançamento: 20 de julho de 2018
Este EP de 4 faixas é pouco para mostrar todo o talento da banda indie londrina Night Flight. Mesmo assim o quinteto consegue passear de forma brilhante por estilos, como indie, rock e folk, e temas, que vão desde a busca por um sonho, até o desafio pessoal e a resiliência. “Parade” e “Roullet” são as minhas favoritas nesse trabalho.
Punch Brothers – All Ashore
Lançamento: 20 de julho de 2018
Este é o quinto álbum de estúdio do grupo americano Punch Brothers e o primeiro produzido por eles mesmos. O trabalho inclui nove músicas autorais. Sobre elas, os músicos falam em seu próprio site: “Muita coisa mudou em nossas vidas e no mundo todo desde que começamos a fazer música um com o outro há 12 anos. All Ashore é uma exploração dessa mudança”. O disco, realmente, tem uma musicalidade inovadora que soa como “exploração”, tem um pouco de tudo aí. Mas a pegada “progressive bluegrass” prevalece, mostrando a identidade da manda ainda mais forte. “Jumbo” é a minha favorita.
André Simões – Infinito Inverno
Lançamento: 23 de julho de 2018
André Simões é um músico atuante no cenário independente do Rio Grande do Sul. Natural de Santana do Livramento (fronteira com o Uruguai), começou a tocar na adolescência com amigos, formou várias bandas até conseguir certa notoriedade com a banda Paralelo 31. Em 2014, a banda se desmanchou e a carreira solo começa a tomar forma. Após lançar alguns singles, o músico lançou o EP “Infinito Inverno”, produzido pelo próprio músico em seu home studio. André também é responsável por praticamente todos os instrumentos, com exceção do cajón em duas músicas (gravado por Goio Medeiros). O trabalho faz um mix da música folk mundial com temperos bem brasileiros e nuances da música gaúcha, sem perder a veia pop rock que sempre fez parte da carreira do artista. “Fortaleza” é a minha favorita.
Heitor Vallim – Calvário
Lançamento: 26 de julho de 2018
Heitor Vallim é um músico que está em constante busca pela evolução de sua arte. Isso é perceptível em cada single que ele vêm lançando ao longo de sua jovem carreira musical, e essa certeza se concretiza em “Calvário”, seu primeiro disco, que chega ano e meio depois do EP “Naissance”. Além dos singles “Dancing in the Sun” (que ganhou um baita lyric video) e “Crashing Waves” (que ganhou um clipe gravado em Santos, cidade natal do músico), o álbum apresenta mais alguns destaques: a participação do Bola, vocalista da banda Zimbra, em “É”; Nadal, na canção “The Negationist”; e a cantora Gabriela Lenti, em “Por Que Você Não Vem Dormir?”. Arrisco dizer que a minha favorita é “The Old Sailor’s Crow”.
Veja nossa resenha completa do disco, clicando aqui!
Madisen Ward and The Mama Bear – The Radio Winners
Lançamento: 27 de julho de 2018
O segundo EP do duo, formado por mãe e filho, Madisen Ward and The Mama Bear chega três anos depois da sua estreia com o curioso “Skeleton Crew”. Nesse trabalho é possível observar uma grande evolução na música deles. Os vocais de Madisen estão mais nobres e com menos firulas, oferecendo um nível de foco bem maior que em seus trabalhos anteriores, e a própria voz da Mama Bear aparece para se harmonizar com o filho com muito mais frequência. “Childhood Goodbye”, “Walk In The Park” e “Mother Mary”, que tem uma incrível pegada blueseira, são as minhas favoritas no trabalho. Mas vou contar que as duas últimas faixas do trabalho me lembrou algumas música do nosso maravilhoso Tim Maia.
Tony Molina – Kill the Lights
Lançamento: 27 de julho de 2018
O novo disco de Tony Molina é um compilado de músicas curtas, que passeiam pelas sonoridades do pop, folk e rock dos anos 60 (tem muuuito de Beatles aí). Elencado como um dos maiores álbuns do ano por diversos portais de música, o trabalho apresenta um defeito exatamente em uma das principais características de seu conceito: as músicas são boas demais para serem tão curtas. Todas elas deixam um gostinho de quero mais. “Wrong Town” e “Before you go” são algumas das melhores para mim.
Israel Nash – Lifted
Lançamento: 27 de julho de 2018
Em seu novo disco, Israel Nash continua propagando sua folkadelia. O álbum de 12 faixas é um tônico para aqueles que precisam deixar de lado a bagunça da rotina diária. Como diz seu título “Lifted” (elevado/levantado em inglês), o trabalho olha para cima, se espalha e sobe com cada refrão soando, dando a impressão de que Nash está mesmo comemorando algo. No trabalho também fica claro que Nash leva suas referências retrô a sério. Seus vocais podem facilmente ser comparados ao Neil Young, e algumas faixas vão ecoar uma vibe Beach Boys. “Lucky Ones” e “Spiritfalls” estão entre as minhas prediletas.
Agosto
Michael Nau – Michael Nau & the Mighty Thread
Lançamento: 03 de agosto de 2018
Sem dúvidas, este é um dos álbuns mais envolventes que ouvi nesses dois meses aqui da lista. A voz do Michael Nau me lembrou um pouco a do The Mind Traveller (que falei por aqui em março e acabou entrando na lista dos meus álbuns favoritos do primeiro semestre) e suas melodias me remeteram ao trabalho do sempre incrível Nathaniel Rateliff. Então já dá pra perceber que curti bastante! Este é o terceiro álbum do músico, agora com The Mighty Thread como sua banda oficial. E como o site SoundLab bem resumiu, “Nau é uma boa mistura de psych/folk-pop/rock (com o sotaque pop) e um toque de soul music, com um brilhante senso de melodia e um toque bacana para as letras que vão junto”. “Less Than Positive” que abre o disco e “On Ice” são as minhas canções favoritas aqui!
Anavitória – O Tempo é Agora
Lançamento: 03 de agosto de 2018
O segundo álbum do duo Anavitória chegou de surpresa para os fãs, na mesma semana em que a dupla entrou em cartaz nos cinemas com o filme “Ana e Vitória”. Apesar de soar um tanto quanto menos natural que o primeiro trabalho do duo, e menos curioso que os EPs que surgiram entre um registro e outro, em O Tempo é Agora o duo continua trabalhando com composições bem bonitas que falam sobre amor e se aventuram por novos estilos, além do característico pop rural. A participação da banda OutroEu, na faixa “Outrória” é uma surpresa bonita no disco! “Cecília” é uma baita faixa e “Se Tudo Acaba” é um popzinho que gruda legal na cabeça!
Bia Sabino – Ecos
Lançamento: 08 de agosto de 2018
A ternura e versatilidade de Bia Sabino integra o disco “Ecos”, primeiro de inéditas da cantora e compositora. No trabalho, de 13 faixas, ela une todos os conhecimentos que adquiriu nos palcos desde a infância, as viagens pelo mundo, sua experiência como artista circense e a formação profissional como geóloga. O álbum versa sobre como a intimidade transforma as pessoas, deixando tudo ao redor diferente sem que se perceba. É a lei da ação e reação em sua forma mais sutil. Cada pedacinho das canções mostra um pouco de Bia e sua intimidade e doçura com relacionamentos, cotidiano e espiritualidade. “Jabuticaba”, “Carry On” e “Ecos” são as minhas favoritas.
Tomberlin – At Weddings
Lançamento: 10 de agosto de 2018
O álbum de estreia da cantora Tomberlin é simplesmente encantador. Ele reúne dez poderosas faixas com letras imersivas e pessoais, que são basicamente apoiadas por violão e piano, e cheias de melodias sutis. A temática é forte: a artista escreveu a maioria dessas canções durante o final da adolescência e início dos vinte anos. Aos 16, ela foi para uma faculdade cristã, que abandonou no ano seguinte. Filha de um pastor batista, ao voltar para casa, começou a enfrentar um período de difícil transição, no qual se viu questionando não apenas sua fé, mas sua identidade, seu propósito e seu lugar no mundo. Diante de tudo isso, o disco é carregado de reverência pela música em si, pelo poder que tem de curar os outros e ajudar as pessoas a navegar suas vidas. É um álbum sobre aprender a amar a si mesmo e aos outros com a mais profunda sinceridade. “I’m Not Scared” é a minha faixa favorita no trabalho.
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Kathryn Joseph – From When I Wake the Want Is
Lançamento: 10 de agosto de 2018
Em seu segundo álbum, Kathryn Joseph continua a se destacar pelo equilíbrio, ou melhor, a constante troca entre dor e beleza. “From When I Wake the Want Is” apresenta 12 faixas que são o retrato vívido da tristeza, perda, recuperação e todas as coisas intermediárias, lideradas por sua voz inebriante e que, por diversas vezes, me lembrou a Julia Stone. Também é possível ver o produtor e principal colaborador musical do disco, Marcus Mackay, empregar seus habituais experimentos de percussão, batidas eletrônicas e texturas como background das canções. A faixa que dá nome ao disco, “Tell My Lover”, “We Have Been Loved By Our Mothers”, “Mountain” e “Weight” são as minhas prediletas.
Akio Ponte – Mais um Mero Ruído Excêntrico
Lançamento: 14 de agosto de 2018
Akio é um músico de Brasília. Em 2014, ele morou em Manchester, numa casa com 11 pessoas, onde aconteciam muitas festas e jams com seus amigos poetas, artistas e músicos. Daí nasceu a banda que Akio fundou em 2015, chamada Brancunians (Brasília + mancunians, sendo mancunian quem nasce em Manchester), que já tem dois discos lançados. Chegando em 2018, Akio passou o mês do carnaval em Salvador, na casa de seu amigo Lucas Pitangueira (um dos que moraram com Akio em Manchester). Lá gravaram o disco “Mais Um Mero Ruído Excêntrico”. Afastado do rock’n’roll de antes, Akio apresenta aqui um trabalho mais lúcido, limpo e denso, influenciado por Bon Iver, Nick Drake, Renato Russo, Cartola e diversas outras referências britânicas. A faixa que dá nome ao disco, “Última Tentativa”, “Duvida” são totalmente excelentes.
Gustavo Bertoni – Where Light Pours In
Lançamento: 17 de agosto de 2018
Gustavo Bertoni, lançou “Where Light Pours In”, seu segundo álbum solo. Assim como em “The Pilgrim” (2015), o músico foge um pouco da atmosfera do rock alternativo e pesado da Scalene, na qual atua como vocalista e guitarrista, e mergulha numa atmosfera com uma sonoridade mais leve, calcada no folk, mas sem abrir tanto a mão de umas boas guitarras. As dez canções do trabalho versam sobre leveza, questionamentos existenciais e inspirações que influenciaram sua formação como músico. “Bluebird”, “Be Here Now” e “Unsheltered” são as minhas favoritas.
Tom Baxter – The Other Side of Blue
Lançamento: 17 de agosto de 2018
Dez anos depois do lançamento de seu último trabalho “Skybound”, Tom Baxter reaparece com uma obra prima em formato de disco. O álbum é generosamente preenchido com seu piano, guitarra e vocais sem adornos. E o curioso é que a forma como o trabalho foi gravado nos dá uma real sensação de estarmos ouvindo um álbum ao vivo, gravado talvez num show intimista. Como o título sugere, os anos de “sumiço” foram um tanto complicados para o cantor e compositor inglês. Grande parte da história é contada nas músicas, é claro. Ele se casou, divorciou-se, viajou muito, conquistou todo um mundo de experiência musical… As músicas são profundamente pessoais, mas também universais, música para “jovens tristes” que experimentaram “a paródia do amor” e para aqueles que desde então encontraram “diamantes, safiras e pérolas”. É um álbum íntimo, que imediatamente atrai você, mas revela mais e mais cada vez que você o escuta de novo. As cordas de “For Crying out Loud”, o foot tapping de “The Ballad of Davey Graham” e as belíssimas narrativas de “Black Are the Gypsy Horses”, “Hot Wax to a Stone” e “Where the Wild River Runs” são alguns dos destaques pra mim.
Great Lake Swimmers – The Waves, The Wake
Lançamento: 17 de agosto de 2018
Em 2018, Great Lake Swimmers, projeto liderado pelo cantor e compositor Tony Dekker, completa 15 anos. Na bagagem, ele acumula mais de sete álbuns, vários EPs, diversas performances ao vivo e reedições. Além de ter conquistado seu espaço no cenário Indie do Canadá e do mundo. Nesse contexto, ele apresenta seu novo trabalho “The Waves, The Wake” – uma metáfora para o futuro à frente, e o passado que se arrasta lá trás. Deixando o violão um pouco de lado, aqui sua música vai se ramificando para incluir novos sons como harpa, alaúde, órgão de tubos, instrumentos de sopro, congas e marimbas, junto com os elementos mais familiares do banjo, piano e guitarra elétrica. A impressionante acústica da Bishop Cronyn Memorial Church, uma igreja histórica de 145 anos em Londres, Ontário, dá um toque atmosférico ao álbum, sob a orientação do co-produtor Chris Stringer (Union Sound). “In a Certain Light”, “Falling Apart”, “Root Systems”, “Mouth of Flames” são joias musicais!
Jackie Oates – The Joy of Living
Lançamento: 24 de agosto de 2018
Antes de falar do disco, vamos falar um pouco sobre Jackie Oates. Nascida e criada imersa na música folk, a artista deu o primeiro passo na sua carreira como finalista na BBC Radio 2 Young Folk Awards em 2003. Desde então, ela foi indicada para doze prêmios BBC Folk. Ou seja, pode esperar um baita álbum aqui. “The Joy of Living” é o seu 7º álbum de estúdio e apresenta releituras de canções famosas com grandes nomes do folk, incluindo Ewan McColl, Lal Waterson e Davey Steele, bem como artistas como John Lennon e Darwin Deez – todas interpretadas no estilo inimitável de Jackie. O álbum também cobre um período intensamente pessoal de sua vida, no qual ela celebrou o nascimento de sua filha Rosie e se despediu emocional e amorosamente de seu amado pai. Minhas favoritas são “Mother / Spring Is Coming Soon Reprise”, que tem uma atmosfera incrível, e “My Shoes Are Made of Spanish” com sua baita pegada irish.
Brett Dennen – Here’s Looking at You Kid
Lançamento: 24 de agosto de 2018
As cinco faixas do novo EP do Brett Dennen nos deixa com gostinho de quero mais. O trabalho é certamente curto para o talento que emana desse cara. A singularidade e autenticidade de cada música realmente mostram seus dons como letrista e artista. Cada música é diferente de tudo e amplamente diversificada. Pra mim foi realmente difícil escolher uma faixa favorita, eu amei tudo nesse trabalho. Mas vou indicar “People I Love” e “Baker’s Globe Mallow”, a mais folk do álbum, como as prediletas!
Iron & Wine – Weed Garden
Lançamento: 31 de agosto de 2018
“Weed Garden” é um EP de seis faixas que complementam o álbum “Beast Epic”, lançado pelo Iron & Wine no ano passado. As canções foram criadas na fase de escrita doálbum, mas por várias razões ficaram inacabadas. Quem é fã vai notar que o trabalho também inclui uma versão em estúdio de “Waves of Galveston”, uma música que Sam Beam já apresentava há vários anos, mas nunca lançou oficialmente. Aliás, é uma faixa estonteante, assim como “What Hurts Worse”. Como sempre, Beam apresenta um trabalho impecável aqui. Além das duas faixas que já citei, vou incluir “Autumn Town Leaves” na lista de favoritas.
Big Red Machine – Big Red Machine
Lançamento: 31 de agosto de 2018
Big Red Machine é o super-duo de Justin Vernon (Bon Iver) e Aaron Dessner do (The National). Eles se conheceram através do MySpace e, pouco tempo depois, compuseram a faixa “Big Red Machine”, para o projeto Dark Was the Night dos irmãos Dessner e da Red Hot em 2008. Dez anos depois de uma infinidade de colaborações, eles finalmente se juntaram em um álbum de 10 músicas, todas produzidas por eles em colaboração com Brad Cook e mais alguns músicos do colectivo PEOPLE. “Gratitude”, “Air Stryp”, as maravilhosas “Hymnostic” e “People Lullaby”, além de “OMDB” que me lembrou os sons do Sting, e a folksy “I Won’t Run From It”, são alguns dos destaques!
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Não deixe de seguir a nossa playlist Best of Folk 2018, no Spotify. Lá estamos listando nossas faixas favoritas do ano!