Tudo bem se você nunca ouviu falar sobre Marlon Williams, esse também é o meu primeiro contato com a música do rapaz. Mas ele foi tão intenso que eu tinha que compartilhar com vocês!
Ao que parece, o músico tem sido aclamado como um cantor alt-country de Lyttelton, na Nova Zelândia, e “Make Way for Love” é o seu segundo álbum.
Seu primeiro trabalho auto-intitulado, foi lançado em 2016, e carregava um som repleto de influências do bluegrass e do folk. (Ouça aqui!)
Já em “Make Way for Love”, lançado em 16 de fevereiro deste ano, seus vocais nos remetem a um som vanguardista.
Imagine uma combinação de Nick Cave, Chris Isaak, Roy Orbison… Você vai encontrar o Williams nesse caminho, na maioria das faixas aqui.
E se “What’s Chasing You” não te lembrar a atmosfera romântica do Elvis Presley, você nem merece ouvir essa obra de arte.
Não vou mentir para vocês, “Make Way for love” é dramático! É um daqueles discos de bad, de sofrimento, de fim de relacionamento. Assim como “Blood on the Tracks”, do Bob Dylan, ou “Blue”, da Joni Mitchell.
Uma música ou outra, tipo “Party Boy” vai quebrar um pouco esse clima, mas não vai te levar muito longe da ideia principal do disco. Por isso, acredito que muitos de vocês vão gostar muito mais do Williams do primeiro trabalho do rapaz (dica: escutem “Lonely Side of Her“!).
Só para trazer um contexto para vocês, a grande inspiração desse projeto, foi o fim do namoro do Marlon com a também cantora Aldous Harding.
Por isso, quase todas as canções são drapeadas em saudade, dor e arrependimento. E a faixa “Nobody Gets What They Want Anymore”, traz a própria Harding cantando com o ex-namorado.
O álbum explora vários sons diferentes com uma paleta de cordas cinematográficas e um piano maravilhosamente melancólico, como podemos ouvir em “Love Is A Terrible Thing”. O verdadeiro nocaute do disco!
Sua letra é tão pesada quanto seu título “as pessoas me contam / menino, você esquivou de uma bala / mas, se apenas tivesse me atingido / então eu conhecia a paz que traz”. A Paste Magazine chegou a dizer que a canção “é um clássico brutal que tão facilmente poderia ter sido gravado pelo Sinatra”.
Apesar de todas as dores apresentadas aqui. O disco encerra com uma certa esperança com sua faixa título. A canção soa como um doo-wop para o século 21 e sua mensagem principal é de que, não importa o quão doloroso seja o processo de separação, você sabe que ficará feliz quando tudo isso passar.
Assim, como bem pontua o portal The Spinoff, através das 11 faixas desta bonita obra, nós passeamos por todas as etapas de um break up: desejo (“Come to Me”); falta de comunicação (“What’s Chasing You”); luxúria (“Beautiful Dress”); possessividade (“Party Boy”); saudade e ciúmes (“Can I Call You?”); melancolia (“Love is a Terrible Thing”); amargura (“I Know a Jeweler”); vingança e infidelidade (“I Didn’t Make a Plan”); resignação (“The Fire of Love”); barganha e aceitação (“Nobody Gets What They Want Anymore”); e, talvez, talvez, esperança (“Make Way for Love”).
Fecho esse post parafraseando o American Songwriter, que diz que este álbum “é uma abordagem ousada, eclética e audaciosa (…) e mostra que os talentos de Marlon Williams estão apenas começando a florescer”.
Play para presentar os ouvidos de vocês!
Ah… Não deixem de assistir o maravilhosos clipes dele. Aqui, deixo vocês com “What’s Chasing You”!
