Nathaniel Rateliff & The Night Sweats vai do folk ao soul em “Tearing At The Seams”
por Maísa Cachos
Quem, como eu, acompanha o trabalho do Nathaniel Rateliff desde o começo, sabe que ele começou sua carreira tocando americana, folk raiz e rock alternativo. Seus primeiros discos são mais intimistas de trazem verdades e uma sonoridade que o mercado musical nem sempre está disposto a oferecer.
Mas desde que o músico se juntou aos músicos da The Night Sweats, suas melodias e, consequentemente, sua carreira tem tomado outras proporções. Que o diga o hit “S.O.B.”, apresentada em vários talk shows nos Estados Unidos e que integra a trilha sonora da segunda temporada da série The Ranch, da Netflix.
No comecinho de março, o músico nos apresentou “Tearing at the Seams”, seu segundo álbum com a banda de 7 integrantes, que chega depois de um EP rápido, “A Little Something More from Nathaniel Rateliff & the Night Sweats” (2016), e um álbum ao vivo, “Live at Red Rocks” (2017).
“Tearing At The Seams” carrega expectativas deixadas pelo seu antecessor “Nathaniel Rateliff & the Night Sweats” (2015). O que pode fazer muita gente gostar ou não dele. Mas devo dizer que o disco é, no mínimo, curioso. Afinal, ele reúne em suas faixas, quase todos os estilos bases da música dos EUA: soul, gospel, country, folk, blues e americana.
Mas parece que neste trabalho, Nathaniel e seus novos parceiros mergulharam de cabeça no soul retrô. O site Pop Matters fez uma observação bem interessante sobre isso, transcrevo aqui:
“Muitas vezes falamos sobre os renascimentos do rock que parecem acontecer a cada década, trazendo de volta os sons do passado (na maioria das vezes, do final dos anos 60), e abraçamos a infusão do passado com braços e ouvidos acolhedores. Mas parece que os avivamentos do soul nem sempre recebem o mesmo tipo de atenção. Mas com artistas como Alabama Shakes, Gary Clark, St. Paul and The Broken Bones, bem como uma apreciação renovada de artistas como Sharon Jones e The Dap-Kings e Mavis Staples, um soul revival dos anos 60 está no ar “.
A temática do disco permanece a mesma das demais obras de Rateliff, principalmente no nível pessoal e relacional com temas de amor, perda e dificuldades da vida. Nathenial se entrega em suas letra e interpretação, não há como fugir. E é exatamente isso que me faz gostar tanto dele e de sua música.
Minhas favoritas são “Hey Mama”, “Baby I Know”, “Intro” (que por alguma razão aparece no meio do disco), “You Worry Me” e a profunda “Tearing At The Seams” (que dá nome ao disco).
Play pra conferir!