8 discos de veteranos do folk que você deveria ter escutado em 2019

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O ano de 2019 foi excelente para descobrirmos novos artistas e projetos, mas também foi um ano no qual fomos presenteados com discos fabulosos de artistas veteranos que insistem em se reinventar e/ou reafirmar a música que fazem. Listei aqui 8 lançamentos de veteranos que foram lançados ao longo do ano e que, se você ainda não ouviu, precisa dar o play agora mesmo!


“Patty Griffin” – Patty Griffin

Patty Griffin é umas das importantes vozes femininas da música folk americana. E neste álbum auto intitulado, lançado por ela em março de 2019, prova que ainda não disse tudo o que tem pra dizer. Inspirada pelas dificuldades de um tratamento contra o câncer de mama, bem como do estado degradado dos assuntos sociais e políticos, ela nos entrega um álbum bastante robusto. São 13 faixas nas quais sua voz, totalmente emocionante, acompanhada basicamente de violão e piano nos mostra uma visão melancólica e muitas vezes sombria sobre a vida e sobre o amor.

“We Get By” – Mavis Staples

Mavis Staples é mais uma mulher extremamente forte da música americana, especialmente do blues. Talvez, muitos só a tenham conhecido recentemente graças a sua participação no novo disco do Hozier. Mas a verdade é que ela tem uma brilhante trajetória musical desde muitos anos antes do menino Hozier aprender a cantar. Para nossa sorte, ela nos mostra isso em plena atividade! Na casa dos 80 anos, Mavis lançou, em maio de 2019, um álbum fabuloso e com uma vitalidade de dar inveja em qualquer bandinha que esteja começando agora. São 11 faixas que provam, sem dó, que ela ainda é uma potência, dominando o palco e o estúdio, e que sua voz e sua missão estão mais fortes do que nunca. Vale citar que a faixa título ganha a participação especial do sempre fantástico Ben Harper, que produziu e compôs o disco.

“Western Stars” – Bruce Springsteen

Lançado em junho, o mais recente trabalho do The Boss apareceu em diversos portais de música como sendo uma das melhores novidades de 2019. Também pudera, em “Western Stars” (à saber, seu nono álbum de estúdio) Springsteen nos prova que, em plenos 70 anos, ainda tem muito a oferecer para a música. Ao longo de suas 13 faixas, nós sentamos com ele na boleia de uma caminhonete para percorrer as estradas do oeste americano, conhecendo diferentes personagens e ouvindo histórias repletas de sensibilidade. Uma obra mesmo épica! Não bastasse o álbum por si só, Bruce também lançou um documentário sobre ele (veja trailer aqui).

“Ride Me Back Home” – Willie Nelson

Se podemos definir Willie Nelson em uma palavra, certamente, ela seria: incansavél. Sério! Willie está com 86 anos e ainda assim consegue nos entregar mais um álbum com 11 faixas. Desta vez, “Ride Me Back Home” que completa a trilogia que se iniciou com “God’s Problem Child”(2017) e “Last Man Standing” (2018), nas quais o músico aborda temas sobre a idade a a mortalidade. Talvez esse trabalho não seja tão bom quanto o lançado no ano passado, mas ainda assim é uma obra mágica de um cara que insiste em fazer a música que acredita em tempos onde todas as canções soam praticamente iguais. Ah, vale dizer que em “Just the way you are” ele prova que ainda é capaz de fazer os melhores covers possíveis!

“Colorado” – Neil Young (feat. Crazy Horse)

Em outubro foi a vez do monstro Neil Young soltar para o mundo mais um trabalho. Reafirmando uma antiga parceria com os Crazy Horse, ele lançou “Colorado” (seu 39º álbum!) com dez faixas que abordam, entre outros assuntos, temas como problemas políticos, culturais e climáticos. Alguns dizem que o trabalho não apresenta nada de novo, mas a verdade é que este álbum é uma pérola na discografia de Young, trazendo a tona a essência do músico ao lado de sua banda das antigas. Ah, assim como Springsteen, Young também disponibilizou o trabalho acompanhado de um documentário. Você pode ver o trailer de “”Mountaintop” clicando aqui.

“Travelin’ Thru, 1967 – 1969: The Bootleg Series Vol. 15” – Bob Dylan (feat. Johnny Cash)

Desde o anúncio de seu lançamento, este deve ser um dos discos que mais foi esperado ao longo de 2019. Não era pra menos. Imagine você, depois de 50 anos de arquivo, podermos trazer aos nossos ouvidos algumas faixas inéditas da parceria de duas lendas da música folk americana: Bob Dylan e Johnny Cash. Pois bem, é isso que o décimo quinto volume da série de relançamentos de “piratarias” de Dylan nos oferece. O trabalho, na verdade, reúne três discos. O primeiro com outtakes, sobras de versões alternativas do álbum John Wesley Hardin. Os outros dois trazem as sessões de Dylan com Cash, mais a apresentação ao vivo com o banjista Earl Scruggs, que é um clássico do bluegrass. 

“Thanks for the Dance” – Leonard Cohen

Mais que uma obra, uma homenagem justa de um filho para seu pai, três anos depois de sua morte. “Thanks for the Dance” reúne músicas deixadas por Leonard Cohen que não entraram em seu último disco “You Want It Darker” (2016), umas delas inéditas outras já conhecidas por algumas de suas apresentações. O álbum foi produzido pelo filho do músico, Adam Cohen, que contou com colaborações incríveis de nomes como Damien Rice, Feist, Richard Reed Parry (do Arcade Fire), Bryce Dessner (do National), Beck, Patrick Watson e o produtor Daniel Lanois (parceiro do U2 por décadas). Bem como Springsteen e Young, o registro de Cohen também chegou acompanhado de um documentário que mostra a história por trás da produção do trabalho. Assista ao “The Story of Thanks for the Dance” clicando aqui.

“Hey, Zé!” – Zé Geraldo

Fechando o ano com chave de ouro, em dezembro, um veterano do folk brasileiro também nos presentou. “Hey, Zé” é uma invocação não só a ele mesmo, mas a todos nós que apreciamos a música folk. E aqui com raízes brasileiras! Em seu 17º álbum, Zé Geraldo nos mostra através de 11 faixas que ainda tem muita disposição, mesmo aos 75 anos. Neste trabalho, ele não só reafirma a sua identidade musical de cancioneiro inquieto (um roqueiro da roça!), como se mostra atualizado ao remodelar suas melodias para uma mistura de country, folk e rock mais atual. Sem jamais, claro, perder sua essência. Participam ainda do disco nomes como Chico Teixeira, João Carreiro, Folk na Kombi e Banda Mirim.


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