Dan Millson e o que ser implica

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Soubesse o que seria, teria partido. Ou não, sabe? O importante é a viagem. O importante é o que você quer, e não muito o que reverbera no mundo. “Ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além”. Um poema do Paulo Leminski, uma busca complicada pra vida. Mas precisa. E o diabo terá de nos ouvir. Nem que a gente faça desses minutos poema. Dan Millson, músico inglês vivente em Madrid, sabe disso: das conquistas, das disputas. Do peso que é o fado da escolha.

Em seu single, “Devil”, ele diz que não quer ser aquilo, ou mesmo viver essa vida fantasiada para os outros: Segura porém longa. É preciso ser o que a gente é, mesmo com as agruras, mesmo com os problemas. 

Sorrir é uma mágica diária, te diria, se ainda pudesse.

A música, que resgata um tom de confissão, irrompe em uma letra que fala da gente. Uma melodia que invade, e você sabe que virá algo logo na primeira palavra. Com uma carreira interessante, Dan Millson coloca, em nossos ouvidos, mais um single que abre raiz. 

Destaque para o clipe da música, que apresenta, entrecortado, a dissolução de uma identidade. De ceder ao mundo o que não se devia. De caminhar pela estrada escolhida.

Não dá pra sair da gente, aprendi isso aos 4 anos de idade. E o clipe diz isso pra mim (e pra quem assiste) agora, mais de 20 anos depois. Pense, ouça, sinta:

Não há futuro certo, mas olhar pra dentro é mirar o depois. E acredite, digo. Só assim a gente vai ser feliz, e as coisas virão. E Dan Millson apresenta isso, em voz e vídeo. Não ceda: seja. Estaremos aqui ouvindo Dan, enquanto ele também quiser cantar.