Folk You 2020: atualizando a playlist com 30 singles folk que amamos em janeiro/20
por Maísa Cachos
O ano de 2020 já começou a todo vapor quando se trata de lançamentos folk e é claro que ficamos de olho em tudo para compartilhar aqui com você. Confere aí a lista!
Nacionais
Começando com os lançamentos nacionais, tivemos a volta de Nan, lançando duas faixas (“Beloved To Survive” e “To Live More”) e anunciando mais novidades ao longo deste ano. A primeira possui uma letra que remete a uma crônica existencial na beleza que um observador da vida consegue extrair dessa linguagem: “I need darkness to shine/I’m ready to die” (“Preciso da escuridão para brilhar/Estou pronto para morrer”, em tradução livre) e narra nossos renascimentos, embalada por um pesado violão folk, piano e pedal steel fazendo cama para o vocal. Já a segunda, conta com um vocal forte que abre espaço para um beat eletrônico e um certo coro gospel, se encaixando num folk-indie-pop bem redondo.
Léo Vieira também nos presenteou, logo no começo do ano, com a sua belíssima “Morada de Sonho”, em parceria com o músico Vitor Soltau. Otimismo, leveza e belos dedilhados marcam essa canção, que profere “A gente é morada de sonho, casa de pensamento bom”. É lindo ver o menino Léo evoluir em cada novo lançamento e, de quebra, conhecer um artista como o Vitor. A parceria, que une o encontro do aço e do folk poeirento de Vieira, com o nylon litorâneo e solar de Soltau, ganhou ainda um clipe gravado nas dunas do Siriú, em Garopaba, litoral de Santa Catarina.
Outro single que chegou acompanhado de clipe foi “Amanhã”, da cantora e compositora Silvana Cruz. A canção, que mescla toques de folk e mpb com um bonito violino, apresenta uma letra esperançosa. Ela foi construída em tempos de recomeço, retratando a dualidade emocional, que por vezes nos leva à erros que nos trazem arrependimento. Contudo, nas palavras da própria Silvana: “é reconfortante dizer que no amanhã tudo pode nascer de novo, deixando de lado a escuridão de uma noite passada”.
O single “Menina”, dos queridos da Banda de Um, também marcou este janeiro. Fugindo dos dedilhados de banjo que vinham marcando suas canções e mergulhando na universo indie rock que insiste em nos roubar as boas bandas de folk, a banda nos mostra uma nova perspectiva de sua música e a versatilidade que são capazes. As letras deles sempre me surpreendem e o vocal do Gleyson Vaz só melhora a cada lançamento.
O duo Capim também deu as caras em janeiro com um single lançado, por enquanto, apenas no YouTube. Intitulado “Capim Somos”, a canção fala sobre quem são eles e o que é a música que eles entoam, apenas falando sobre espécies de capim: “Tem Capim Santo, Centenário, Limão. Capim Mulato, tem Capim Colonião…”. Em duas vozes, acordes de um violão e muita poesia em sua letra, eles falam aí também sobre quem somos nós: meros capins, mas ainda tão importantes em nossa coletividade. Cada um com suas especificiadades, qualidades e utilidades. É música de raiz, que fala da terra, falando da gente.
Também foi em janeiro que Arthur Matos fechou seu ciclo de novos lançamentos. Ao lançar “Igninição”, ele completa o trabalho que vinha fazendo de lançar um single por mês até chegar a “VOCÊ”, seu mais novo disco. Com letra forte e muitos elementos que viajam pelo indie e pelo eletrônico, ele se entrega a novas perspectivas musicais sem perder a sua essência.
Rolou uma estreia bonita, também nesse janeiro. O mineiro Patrick Oliveira transformou em canção o que ele viveu numa época difícil de sua vida e na qual ele pôde encontrar as respostas e seu alento em Deus. O resultado foi o poético e emotivo single “Fragmentos”.
Também foi bom ver que em janeiro, o Bruno Addax, um músico que só conheci no finalzinho do ano passado – para compor a nossa lista de álbuns e EPs que foram lançados em 2019 e que ainda não havíamos comentado aqui no blog – começou o ano lançando um novo single. Desta vez, ele nos apresenta “Blues de Fim Tarde (Quase um Coach Quântico das Galáxias)”, um folk-blues que ele compôs com o intuito de passar de forma leve que o amor é algo sóbrio aconchegante, assim como um fim de tarde na roça regado de café e pão de queijo. A música tem como instrumento principal a viola caipira, que para Bruno “é o melhor instrumento para compor folk do mundo”.
E como não falar da bonita parceria do Suricato com os Melim na releitura de “Astronauta”? A faixa que já integrava “Na Mão As Flores”, o mais recente lançamento de Suricato, agora ganhou uma pegada folk-pop e, mais leve, flutua super bem com a nova melodia e o jogo de vozes agregado pelos irmãos Diogo, Gabriela e Rodrigo.
Pra fechar, preciso fazer uma menção honrosa ao talentosíssimo Rô, que depois de se aventurar em muitos pops e vídeos incríveis onde ele recria canções em apenas 1 hora, lá no seu canal no YouTube, fechou dezembro do ano passado com a folksy “As You Walk the Long Road”. Com belos acordes e sua voz peculiar, Rô canta sobre o que nos acontece enquanto estamos percorrendo a estrada da vida. A faixa também ganhou um bonito lyric video.
Internacionais
De volta às origens de seu trabalho solo, Nathaniel Rateliff abriu o ano divulgando a baita “And It’s Still Alright” e anunciando que seu próximo disco será lançado no próximo dia 14 de fevereiro. A faixa também chegou acompanhada de um bonito clipe em preto e branco:
O dia 14 de fevereiro também vai marcar a volta das Puss N Boots, um trio de country-alternativo formado por Norah Jones, Sasha Dobson and Catherine Popper, com o álbum “Sister”. Para anunciá-lo, elas divulgaram o single “It’s Not Easy”.
“Someday I’ll Make It All Up To You” é o nome do álbum do Tyson Motsenbocker que deve chegar até nós também no dia 14. E “Come to California” foi single escolhido para aquecer esse lançamento agora em janeiro. A canção fala sobre sobre correr riscos e forçar nossos próprios limites, tirando o máximo proveito dessa coisa chamada vida.
Quer mais álbum pra fevereiro? Então tenho que dizer que tá pertinho do Christopher Paul Stelling lançar o seu. Ele sai em breve, já no dia 7 de fevereiro. Até lá, podemos curtir o doce single “Lucky Stars” que também veio com um clipe colado:
Ah… Também é no dia 7 de fevereiro que o fabuloso John Moreland pretende lançar “LP5”, o seu novo trabalho. Como um aperitivo, agora em janeiro ele nos presenteou com a belíssima “When My Fever Breaks”, uma balada de amor que ele começou a compor na época em que estava namorando a sua atual esposa.
Ok, mais um para o dia 7 de fevereiro é o “Better Hurry Up” do Caleb Caudle, que agora em janeiro lançou a faixa que dá nome ao trabalho. A canção é uma parceria entre ele, John Paul White e Elizabeth Cook. E o disco foi gravado na cabana de Johnny Cash nos arredores de Nashville.
Preparando um disco também para fevereiro, The Secret Sisters divulgaram o single “Hand Over My Heart”. O vindouro álbum que se chama “Saturn Return” e será lançado no dia 28 com produção de ninguém menos que Brandi Carlile e Phil e Tim Hanseroth. A faixa veio junto com esse bonito clipe:
Não achando suficiente todos os lançamentos de álbuns previstos para o mês de fevereiro, o veterano James Taylor anunciou o seu novo disco para o dia 28 do mês. Intitulado “American Standard”, ganhou como single uma versão de “Teach Me Tonight” (um clássico de Gene De Paul e Sammy Cahn).
Também é esperado para o dia 28 de fevereiro, o novo EP do Avi Kaplan. Para nos deixar com os ouvidos antenados, ele liberou o muito, mas MUITO bom single “It Knows Me”, uma música tão pesada quanto esperançosa e cheia de acordes, tambores tribais e harmonias vocais.
Mais um álbum aguardado para o dia 28, é o “Loving Everywhere I Go”, segundo álbum da carreira dos Hudson Taylor. Para nos dar um gostinho do que vem por aí, os irlandeses lançaram em janeiro o contagiante folk-pop-rock “What Do You Mean?”, que chegou com clipe:
Chega de anúncios de lançamentos em fevereiro, né? Pra março, já no dia 6, temos um novo trabalho do talentosíssimo Jonathan Wilson. Para divulgá-lo, ele vem lançando alguns singles e eu amei o contagiante “In Heaven Making Love” que saiu nesse janeiro.
Comemorando os 10 anos de lançamento de seu icônico EP “Blood Bank”, Bon Iver lançou uma versão especial para a faixa título. Mas este não será o único lançamento comemorativo. No dia 27 de março, deve chegar até nós uma edição especial de todo o EP com apresentações ao vivo gravadas durante shows em Estocolmo, Dallas, Londres e Paris.
Com um clima rancheiro americano, Peter Oren anunciou que vai lançar seu novo disco no dia 24 de abril deste ano. Ele já vem liberando alguns singles desde o ano passado e agora em janeiro, disponibilizou “John Wayne”.
Também para abril, desta vez no dia 10, podemos esperar o lançamento de “brother sister”, o novo álbum dos irmãos Sean Watkins e Sara Watkins em seu projeto Watkins Family Hour. Para anunciar o feito, eles liberaram a bonita “Just Another Reason”.
Para maio, podemos esperar um glorioso lançamento de Samantha Crain. O trabalho foi anunciado junto com a notícia de que Lucy Rose estava lançando um selo independente. Samantha foi a escolhida para ser a primeira a gravar sob o selo e, se depender do primeiro single “An Echo”, posso dizer que teremos um discão para ouvir muito em breve. A faixa chegou com um clipe, desfrutem:
Ainda sem data de lançamento, mas já anunciando que vem disco pesado por aí, Ciaran Lavery dsiponibilizou a faixa “Can I Begin Again”. Se afastando um pouco do folk, ele apresenta aqui um trabalho mais introspectivo de rock indie e mostra um lado mais visceral e um som mais sombrio.
Quem também apareceu de single novo em janeiro foram os Hanging Valleys. Com “Behind the Backs of Houses” eles quebram a pausa de dois anos de lançamento desde o seu último EP, “Fortaleza”. A canção chegou com vídeo:
Também foi nesse janeiro que os Jamestown Revival uniram suas bonitas vozes para fazer um cover de “Helplessly Hoping”, do clássico trio Crosby, Stills e Nash.
O Oshima Brothers foi outro duo que começou o ano com um comovente lançamento. Intitulado “Heart’s As Full As The Moon”, o novo single dos irmãos é uma balada doce e com acordes suaves que fazem a gente sossegar o coração.
E para fechar, nesse mês ainda tivemos uma versão acústica e com belas rasgações de corda para “Kiss Like the Sun”, o single que o sumido Jake Bugg lançou em novembro do ano passado.
Ouça toda essa galera na nossa playlist Folk You 2020: