Nem todo herói usa capa e nem toda música folk é sobre whisky. Em seu novo single, por exemplo, Peter Deaves, um inglês de Liverpool hoje radicado em Paris, canta uma história embebida pelo Gin.
Intitulada “That Gin Song”, a faixa é divertida e filosófica, até meio nerd. Foi escrita em Paris e gravada em Nova York, no verão de 2018, com Derek Cruz, um músico que ele conheceu em um rooftop e que já colaborou com Springsteen, Billy Joe Armstrong e Jesse Malin.
Apesar do som mais americanizado, a canção tem ali um pezinho melódico nos conterrâneos de Peter, os Beatles, e carrega em si uma resposta ao famoso neuropsiquiatra austríaco Viktor Frankl que pesquisava o homem e o sentido da vida (a faixa abre com uma frase de seu livro mais famoso). Profundo, né? Calma aí que tem mais.
Na música, o Gin aparece como uma espécie de 42 d’O Guia do Mochileiro das Galáxias, uma piada, sugerindo que o significado não é universal e é encontrado no processo de autodescoberta e comunidade.
E como se não bastasse esse tanto de referência, enquanto pesquisava idéias para o videoclipe da música, Deaves se deparou com uma seção do filme One A.M. de Charlie Chaplin, de 1916, que – sem nenhuma edição, tem links curiosos com a música. É como se Chaplin estivesse respondendo à música gravada cerca de 100 anos depois. Agora em domínio público, essa seção se tornou o seu videoclipe. E vocês podem conferir tudo isso, dando play logo abaixo:
Mais sobre o artista
Como esta é a primeira vez que falamos sobre o Peter Deaves por aqui, vale dar pra vocês um visão geral sobre o rapaz.
Nascido em Liverpool, Peter Deaves é um cantor e compositor de jazz folk radicado em Paris, França. A natureza eclética de sua música é unificada, embora por seus vocais calorosos, deliciosas mudanças de expressão e uma exibição que o levou a ser um dos artistas ao vivo mais cortejados de Paris. Onde quer que você esteja na vida, a música e as palavras dele o levarão a algum lugar novo e farão você se questionar sobre as coisas. Acho que o single que apresentei aqui é um bom exemplo disso, né?
A música de Peter se baseia em uma ampla variedade de estilos, de John Lennon a Jacques Brel, passando por Sufjan Stevens. A amplitude de sua paleta de músicas pode ser ouvida em seus dois lançamentos anteriores: “Ligne 2” (em francês), uma jornada ao estilo de Gainsbourg através de conflitos de classe em uma linha de metrô de Paris, que foi reproduzida pelo respeitado rádio FIP; e “Fallen Leaves”, uma balada barroca-pop liderada por órgãos sobre o amor perdido na era moderna.
Atualmente, ele está trabalhando em um novo álbum, escrito isoladamente nas montanhas do Valle de Cauca, na Colômbia. Peter faz turnês regularmente e tocou em mais de 30 países, incluindo locais como o Bowery Electric em Nova York, Le Balajo em Paris, The Cavern Club em Liverpool e Prachtwerk em Berlin
