Que tal uma pausa para visitar as histórias que Josiah and the Bonnevilles tem pra cantar em “Motel Mayday”?

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Minha relação com Josiah and the Bonnevilles é do tipo paixão a primeira vista. E garanto que isso não tem nada a ver com a carinha de jovem Brad Pitt que o Josiah Leming ostenta. Vou refazer a primeira fase para ser mais precisa então: minha relação com Josiah and the Bonnevilles é do tipo paixão a primeira audição.

Tudo aconteceu também no mês de abril, mas no ano de 2018, quando ouvi “On Trial”, o disco de estreia da banda. BAM! Me acertaram em cheio desde os primeiros acordes. Eu já falei sobre isso neste post aqui. Não vou me repetir, mas queria reforçar o impacto que eles provocaram de primeira nos meus ouvidos. Aconselho, aliás, não só que leiam a resenha do disco anterior como que escutem sem moderação aquele trabalho. Inclusive, isso é ótimo para ter noção da evolução da musicalidade da banda.

Segui acompanhando o grupo que, aos pouquinhos, seguiu dando sinais de vida e de sua evolução musical. Lá em 2019, saiu o single “Oh No”, uma faixa com um arranjo envolvente e o característico vocal cru de Josiah. Era o prenúncio que algo bom estava por vir. Em 2020, mais dois singles: “The Best” – que confesso ter passado batido, e “Daisy”, uma lamúria de amor, onde Josiah canta sobre não conseguir se libertar do vício dessa relação: “Tem coca e tem uísque… e tem Daisy”, declara a letra. Para todas estas faixas, um clipe. Por sinal, sempre muito bons. O de “Daisy” tem um charme a parte. Veja: 

Ainda antes do lançamento oficial de “Motel Mayday”, o mais recente disco que saiu em todos os streamings no último dia 2 de abril, um soco no mercado musical. Sem constrangimento, a banda liberou a balada mais folk desse trabalho. Intitulada “Six Dollar Check”, a canção traz uma mensagem direcionada a gravadora Warner, com a qual Josiah teve um acordo na época em que fez parte do elenco do American Idol. A faixa, inclusive, fecha com precisão este disco.

Em “Motel Mayday”, a banda apresenta 11 faixas sinceras. A faixa-título, por exemplo, dá início à jornada que levaria ao álbum, gravada primeiro como demos nas montanhas ao norte de Los Angeles, antes de chegar em Londres para gravar o álbum com Duncan Mills (Jake Bugg, The Hunna, The Vaccines).

Todas as histórias narradas nesse álbum aconteceram na vida de Josiah e isso, obiviamente, nos conecta ainda mais com sua música. E não só, acredito que a magia que nos prende no em seu som é a capacidade que ele tem de fazer todas as suas canções soarem radiofônicas, sem perder a autênticidade que parece arrastá-lo para uma cena mais underground. O mainstream é grande, mas acho que lá não cabe o talento dele. É um som para nichos. Para quem ainda se importa de verdade com a música.

A graça aqui está nos detalhes, na profundidade da narrativa, nos caprichos dos arranjos. Há piano, há gaita, há bateria, há acordes de violão… Tudo perfeitamente encaixado no contexto revelado pelas letras. Uma sonoridade costumeira, ainda assim fresca para nossos ouvidos que já ouviram de tudo e mais um pouco nesses dias.