“Still I Wait”: Anna Leone em mais um single que transpassa a nossa alma
por Maísa Cachos
Tem algo na música da Anna Leone que me prende profundamente. E isso acontece desde a primeira vez que a ouvi, ali em 2018, quando ela trouxe ao mundo o seu debut “Wandered Away”. O álbum não só figurou na nossa lista de melhores lançamentos que ouvimos, como naquele ano também listamos aqui a Anna Leone como um dos novos talentos folk que deveriam ser ouvidos.
Com apenas 23 anos de idade, Anna me surpreendeu a conseguir encarnar uma experiência profunda, como consequência de alguém que bebeu bastante o folk tradicional mas que, acima disso, tem algo próprio para mostrar.
A música de Leone parece que encontra através dos nossos ouvidos um caminho direto para a nossa alma. E só foi mesmo preciso um play em “My Soul I”, seu single principal, ainda lá em 2018, para entender isso.
Contudo, acho que o que falei sobre ela neste blog ainda não foi suficiente para expressar como a música dela me faz bem. Por sorte, agora em 2021, ela vem lançando uma série de novos singles e cá estou eu usando dessa oportunidade para fazer você que está lendo esse texto conhecer a força da música dessa menina também.
Se lá em janeiro, ela nos presenteou com “Once”, uma faixa de dedilhados pesarosos, mas com toques de esperança em sua letra. Agora em março, ela nos entrega “Still I Wait”, uma faixa que olha pra dentro até alcançar a nossa aceitação de vulnerabilidade.
Não bastasse a estética musical em si, onde encontramos basicamente dedilhados de violão que nos permitem focar em só, e somente só, na narrativa estonteante das letras de Anna, suas canções estão vindo acompanhadas de clipes que as complementam visualmente. Os dois mais recentes, foram gravados nos Açores, em Portugal, e contam com a delicada direção de Savannah Setten.
Sobre o mais novo, Leone comenta: “Normalmente fico sozinho em meus videoclipes, esta é a primeira vez que trabalho com outras pessoas na tela. Foi interessante retratar a solidão de uma maneira diferente. Como as pessoas podem estar próximas, mas ainda assim se sentem desconectadas e como pode ser um desafio alcançar o isolamento. Definitivamente, não foi feito com uma situação de quarentena em mente, mas acabou refletindo estranhamente a época”. Estranhamente? Eu diria perfeitamente. Assistam:
Mais sobre Anna Leone
Agora com 26 anos – ainda tímida, mas determinada a se conectar, Anna cresceu a mais quieta de cinco irmãs em um subúrbio de Estocolmo, na Suécia. Um videogame introvertido e obsessiva por ficção científica, Anna rapidamente desenvolveu sua própria vida interior rica, absorta na narrativa DC e Marvel. É uma fuga que ela busca conforto a partir de agora. “Amo me perder em outros universos, eles me dão uma sensação de pertencimento”, conta ela. Da mesma forma, Leone comprou uma guitarra sem outra intenção além de aperfeiçoar privadamente os lançamentos preciosos de nomes como Bon Iver, Lana Del Rey e Laura Marling.
Demonstrando facilidade para escrever suas próprias canções emocionalmente ressonantes, a música de Anna foi lançada pela primeira vez por um produtor musical francês e proprietário do selo independente Half Awake, que ouviu como sua música soava bem. Ele viu seu potencial para se conectar instantaneamente, que suas canções mereciam sair de seus limites físicos. Lutando contra o medo do palco debilitante que ainda está presente hoje, Leone encontrou um público internacional de rápido crescimento que continua a se estender muito, muito além das quatro paredes de seu quarto adolescente.
Ainda bem!