Valeu a pena esperar quatro anos para ouvir o novo disco do The Well Pennies

por

Quatro anos se passaram desde que The Well Pennies lançou seu último álbum, “Endlings”. Agora, o duo abre o ano de 2019 com um disco composto de 13 faixas que expressam tudo o que guardaram nesse período de hiato (e mudanças! – após 8 anos na Califórnia, eles fugiram do caos de Los Angeles para um pouco mais de serenidade na cidade de Des Moines, IA).

“Você pode realmente se dar ao luxo de ser um artista no meio-oeste”, revelou Bryan em uma entrevista a Billboard. “Los Angeles é um lugar engraçado. Tem seus prós e contras para os artistas que trabalham, mas algo que nunca conseguimos superar é o profundo sentimento de desespero que paira sobre a indústria. As comunidades de arte nas grandes cidades às vezes se sentem como um game show onde só pode haver um vencedor. E esse tipo de competitividade não estimula o incentivo e o apoio mútuo, enquanto cidades menores, como Des Moines, estão se tornando destinos de artistas que buscam esse tipo de comunidade acolhedora”, completou.

Intitulado “Mumurations”, o trabalho carrega em seu nome um significado peculiar. Pense num bando de pássaros que, em raros momentos, criam um balé de padrões mutáveis no céu. É isso que fazem os estorninhos (em inglês: starlings). E a esse fenômeno dá-se o nome de mumurations. Se você não faz ideia do que estou falando, talvez esse vídeo da National Geographic te ajude a entender.

Foi inspirado nessa maravilha da natureza que o casal Sarah e Bryan Vanderpool idealizou o conceito de seu novo disco. “Por si só, o estorninho não é particularmente notável, mas apenas fazendo o que instintivamente é projetado para fazer, torna-se uma parte deste milagre da natureza. Assim, nós também somos suficientes, apenas por sermos as pessoas que nascemos para ser. Todos nós fazemos parte desta vida e cada papel é importante”, explica Bryan.

É na beleza dessa simplicidade da natureza que somos introduzidos aos darmos play em “Mumurations”. Com letras leves e harmonias envolventes, somos conduzidos a deixar de lado algumas das muitas preocupações que temos e caminharmos na rua com os fones nas alturas. Nada importa além da melodia em nossos ouvidos. E não se surpreenda caso queira ficar em looping já na primeira canção, é impossível não querer cantarolar junto com o duo a deliciosa letra que diz “Heal your heart with rhythm and blues / Ooh la la, ooh la la la la / Don’t you wanna feel it too”.

O curioso é que a vontade do looping vai se manter na segunda canção, e na terceira, e daí em diante. Nossos ouvidos são docemente acarinhados em cada uma delas pelas vozes do casal. Por sua vez, as vozes são perfeitamente harmonizadas aos dedilhados, banjo, piano, gaitas, percussão, foot tappings e batidas de palma. Espere, ainda, até ser surpreendido pela última música, cujo nome faz referência direta aos pássaros e ao fenômeno que falamos mais acima.

E é difícil não se dar conta de que o trabalho foi escrito para nos fazer enxergar com mais afeto tudo o que temos de bom e positivo ao nosso redor. Ele nos incentiva a sorrir, a amar, a simplesmente ir lá e viver. “Nós não servimos ao mundo ou a nós mesmos, esforçando-nos para ser algo que não somos, ou torcendo-nos para nos tornarmos algo que preferiríamos sobre quem realmente somos”, diz Bryan. “Contentamento, paz e alegria vêm quando abraçamos nosso verdadeiro eu. E vivendo nisso, imagine toda a beleza e o bem que podemos criar juntos”, ele conclui.

É na intenção de te ajudar a enxergar toda essa beleza que o novo disco do casal está disponível a partir desta sexta, 25 de janeiro, em todas as plataformas de Streaming. Certamente valeu a pena esperar quatro anos por esse lançamento.

Aproveita e já dá play também no belíssimo clipe da faixa “Oh My Blue Sky”, lançando ontem (24), em primeira mão, pelo site da Billboard.