Voz, acordes e coração nas sessões acústicas do EP de estreia de Luigi Ramom

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Vivemos numa fase de “músicos de quarto”. Jovens que carregados de informação trazidas pelas ondas da internet se inspiram em artistas que conhecem na internet e é, também, na internet onde proliferam suas canções. Muitos sequer pisaram num palco e contabilizam seu público pelo número de plays no streaming.

Parece doido, né? Mas sabe o que me parece ainda mais doido? A dinâmica da música em meio a tudo isso. Ela continua pulsando. Criativa! Tocante. Contando histórias e fazendo a gente se identificar com elas. Embalando momentos. Buscando e criando memórias.

A música do Luigi Ramon me fez refletir sobre isso. O músico, de apenas 21 anos, acaba de lançar seu primeiro EP intitulado “Acoustic Sessions, Vol.1” e é inevitável não se surpreender com ele.

São seis faixas com ênfase na voz e no violão. Claro, dá pra perceber elementos extras aqui ou ali e um footstep folk em faixas como “Rescue”, uma das minhas favoritas, também é nítida a influência de artistas como Ed Sheeran e Passenger. A faixa “Start Again”, inclusive, parece um duo entre os dois. James Bay, John Mayer, Kaleo e tantos outros que conhecemos e vivemos falando aqui no blog também estão vívidos nesse EP. Seja na língua inglesa, seja nos traços vocais ou nos arranjos.

Mas a essência aqui está na simplicidade e crueza de Luigi. Está nas palavras proferidas entre os acordes, nas histórias de um ano difícil que o forçaram a expeli-las. Está no sentimento exposto que liberta quem canta e prende quem ouve. Está na música! Essa arte complexa que entrelaça e conecta a gente dentro ou fora da Wi-Fi do nosso quarto.