Comemorando 10 anos de carreira, “Delta” é o melhor que Mumford and Sons poderia nos entregar?
por Maísa Cachos
“O dia finalmente chegou. Nosso novo álbum, ‘Delta’, foi lançado”. É assim que começa o e-mail divulgado pelo Mumford and Sons com o anúncio do lançamento de seu novo trabalho.
“Embora seja um pouco estressante, também é um grande alívio. Nós amamos esse álbum mais que todos os outros, estamos orgulhosos disso e estamos muito animados para que você o ouça”, continua o texto. “Começando com a nossa 42ª canção lançada, até o final de ‘Delta’ – nós nos doamos por completo nela, e apesar de não ser a última, parece que é o nosso melhor. Estamos extremamente gratos hoje”, revela a banda.
Nós, enquanto fãs, também estamos certamente gratos em poder receber a riqueza da musicalidade desses caras.
Contudo, as mudanças nos provoca certas estranhezas. O grupo já havia comentado que este quarto álbum seria uma mistura de tudo o que eles fizeram ao longo de seus 10 anos de carreira. E, levanto em conta as letras, consigo perceber uma maturidade ainda maior. A densidade apresentada aqui é mesmo incrível.
Falando sobre as melodias, acho um pouco egoísta da nossa parte querer que a banda persista sempre na pegada folk que eles apresentavam no início da carreira. Não me levem a mal, eu adoro a pegada folk dos caras. Mas, como humanos, seguimos nos transformando a cada nova experiência. Como artistas, é preciso se reconstruir e expressar aquilo que se aprende enquanto humano. E isso, eu consigo sentir em cada uma das 14 faixas de “Delta”. Espero que você também.
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Na primeira audição, o disco parece meio caótico. Meio sem rumo. Cada canção apresenta uma particularidade em si mesma. Mas se você se der a chance de ouvir o álbum, mais de uma vez, e da forma como ele deve ser apreciado – em uma sequência do início ao fim, cada elemento parece se encaixar.
“Delta” é um disco carinhoso, confessional, introspectivo… Soa mesmo como uma jornada de autoconhecimento. E mais que isso, como um presente para os fãs que vêm percorrendo a jornada, junto a esses quatro caras, por todo esse tempo.
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O bluegrass perdeu seu espaço na virada musical da banda para “Wilder Mind”, em 2015. Os banjos, violões e mandolins foram jogados fora. Em “Delta”, eles parecem que foram resgatados. A poeira foi batida. Mas eles agora precisam dividir espaço com seus novos companheiros: guitarras, elementos eletrônicos e até de hip hop… Contudo, o produtor Paul Epworth tratou todos eles com cautela. Mesmo quase irreconhecíveis, eles estão ali. Fazendo seu papel. Mantendo acesa a chama que transformou o Mumford and Sons no que eles são hoje.
Mas isso faz de “Delta” o melhor que a banda pode nos oferecer? Dê seu play e tire você mesmo as conclusões!
Vale dizer que, este dia 16 de novembro, também marca o primeiro dia da turnê “Delta”, que começa em Dublin. Clique aqui para ver todas as datas e locais da turnê.