Pedro Vulpe não quer esconder quem é em “Trouble”, o seu novo single

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Acredito que uma das perguntas mais comuns em entrevistas com compositores seja: “o que te inspira a escrever?”. Eu mesma já perguntei isso a diversos artistas, e as respostas são as mais variadas possíveis: a vida, relacionamentos, experiências, livros, outros artistas, filmes… E o que tudo isso tem em comum? Histórias! Histórias que de uma forma ou de outra acabam gerando identificação, admiração e, por fim, uma letra que vai fazer o ciclo continuar a girar.

Foi assim com o nascimento de “Trouble”, single que o Pedro Vulpe está lançando nesta sexta-feira, 20 de setembro, e que marca uma nova fase da carreira do artista catarinense, hoje radicado em São Paulo. E a história que o inspirou vem de um recente grande sucesso das telonas, o aclamado Logan (2017), aquele filme que marcou todo mundo por nos forçar a dizer adeus (pra sempre?) ao Wolverine. 

Se você viu o filme sabe bem do que estou falando aqui: temos ali um faroeste moderno com um protagonista esgotado e que luta, acima de tudo, contra si mesmo, contra sua identidade e contra a sua missão.

“Now all these words are coming along, wounded by silence
If I could break free from this rage and lead my steps
To reach a path where I might be safe”
(Agora todas essas palavras estão chegando, feridas pelo silêncio
Se eu pudesse me libertar dessa raiva e liderar meus passos
Para alcançar um caminho onde eu possa estar seguro)
– Canta Pedro em uma das estrofes.

Fã incontestável de quadrinhos, Pedro viu, após uma sessão do filme, a oportunidade de unir essa grande paixão à sua música. E, mais, desafiou sua própria criatividade ao escrever algo que não só tivesse a ver com alguns dilemas do personagem que, salvo às devidas propoções, também são seus, mas também a criar uma canção que poderia se encaixar como trilha sonora do filme.

“I’ve got trouble in my blood, am I cursed from high above?
Or am I the foe I’ve been running from all this time?”
(Estou com problemas no meu sangue, sou amaldiçoado do alto?
Ou sou o inimigo do qual tenho fugido esse tempo todo?).
– Taí um trecho que certamente cairia bem entre uma cena e outra.

Apesar da temática e de seu título problemático, vale dizer que a canção não se trata de algo negativo, pelo contrário, ela tem muito mais a ver com um alerta sobre a coragem que se deve ter para defender sua própria identidade, diante de todos os acontecimentos e circunstâncias, nunca nos esquecendo de quem somos, das nossas raízes e daquilo que carregamos em nosso sangue.

“Do not bend your claims to that
Belong to yourself, now I already know
I’ve got trouble in my blood”
(Não dobre suas reivindicações para isso
Pertença a si mesmo, agora eu já sei
Tenho problemas no meu sangue)
– Encerra a letra.

Play para conferir esse single belíssimo que conta com a baita produção de Marco Bueno e Eziquiel Augustin no estúdio Zdrummer em Mafra, SC.