“A Pedra e a Janela”: Avoada lança novo single e canta sobre a situação política do Brasil através de metáfora

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Houve um tempo em que o folk foi sinônimo de protesto. E você que acompanha o nosso blog, deve conhecer um bocado sobre todo esse lado político do estilo. De Woodie Guthrie a Bob Dylan, de Odetta a Joan Baez… A música foi usada muitas vezes para nos fazer atentar sobre problemas sociais e políticos que muitas vezes não recebem a devida atenção. No Brasil, esse movimento aconteceu também. Temos exemplos claros disso em canções do Belchior, Geraldo Vandré, Zé Geraldo e tantos outros artistas. Contudo, de um tempo pra cá, parece que a música tem perdido um pouco desse papel e se tornado uma ferramenta cada vez maior de distração e só.

Mas há os resistentes!

E o coletivo Avoada faz parte dessa resistência que ainda usa a música para abrir nossos olhos sobre muitas coisas. Na última quarta-feira (3), por exemplo, eles lançaram o single “A Pedra e a Janela”. Uma música que vai integrar o segundo EP do grupo, a ser lançado ainda esse ano. 

A faixa composta por Feiticeiro Julião, um dos membros do coletivo (que também conta com Juvenil Silva, Marília Parente e Marcelo Cavalcante) traz, por meio da metáfora da vidraça e da pedra, uma crítica à situação atual do Brasil. “A música surgiu quando os escândalos da família do presidente começaram a surgir na imprensa. Ele, que no congresso era acostumado a esculhambar quem estava no poder, agora, depois de dois anos de mandato, afirma que sua vida virou um inferno, virou a vidraça”, conta Feiticeiro.

Para além do resgate ao folk do protesto, eu amo a aura que existe na musicalidade do Avoada. Essa sonoridade baseada em arranjos de cordas, teclados e harmonias vocais. Sem contar que suas canções trazem muita influência do rock rural, da psicodelia e da música popular nordestina.

Vale conhecer mais sobre o trabalho deste grupo. Nós já falamos sobre o primeiro trabalho deles neste post aqui e já batemos um papo sensacional com o Juvenil Silva, um dos integrantes do coletivo, no no episódio sobre Folk Psicodélico do nosso podcast (ouça aqui).