Cat Power e a tradição folk americana
por Gab Piumbato
Cat Power completa 50 anos, 20 de janeiro de 2022. Ela está lançando mais um disco de Covers, o terceiro em sua carreira. Embora agora esteja mais voltada para os aspectos eletrônicos, com baterias programadas e sintetizadores, caminho que vem trilhando desde “Sun”, há uma década, a sua paixão pela música folk americana continua acesa.
Se ao escolher os discos de sua vida, ela poderia citar “Nebraska”, de Bruce Springsteen, ou o “Original Demos Album” de Willie Nelson, desde o início de sua trajetória artística ela vem reinterpretando o cancioneiro americano do seu modo idiossincrático.
Selecionei algumas canções que ajudam a identificar esse passeio. Começo com “Moonshiner”, clássico que já conheceu a voz de Bob Dylan, Uncle Tupelo e Roscoe Holcomb, entre outros:
Ainda para tocar mais uma canção de um artista do Greenwich Village, aqui vai o seu cover de “Sweedeedee”. Não é difícil entender a escolha por Michael Hurley, um compositor folk relativamente desconhecido, associado ao movimento “outsider folk”:
Outra referência importante para Cat Power é a cantora country Kitty Wells. Embora sempre a cite em entrevistas, apenas agora em 2022 ela decidiu fazer uma versão de uma canção dessa sua ídola:
No DVD/CD “Speaking For Trees”, ela tocou 2 covers de Bob Dylan, um vindo do disco “Desire” (o seu favorito, a confiar em suas palavras) e outro sendo o clássico “Knockin’ On Heaven’s Door”:
Para fechar, selecionei uma canção de Emmylou Harris (“Making Believe”) tocada num festival francês em 2006. Destaque para a sua banda de apoio, com Judah Bauer, Gregg Foreman e Jim White. Nessa época ela estava sóbria e muito feliz:
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