Frank Turner anuncia álbum (e podcast) que contará histórias de mulheres; o primeiro single é “Sister Rosetta Tharpe”

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Não é novidade que as mulheres foram por muito tempo negligenciadas pelo seu gênero. Se pesquisarmos a fundo, veremos que muitas coisas só aconteceram porque uma mulher estava envolvida naquilo. Mas parece que a história só oferece uma pequena cota para sabermos sobre isso. Bom, tem um cara querendo remar contra essa maré.

Frank Turner é um músico inglês de carreira consolidada e que passeia entre as vertentes do folk-rock e do punk. Ele deve ter, no mínimo, uns 14 anos de estrada só no formato solo. E, esta semana, ele divulgou o primeiro single de seu oitavo álbum.

O título do disco já diz tudo, “No Man’s Land” será dedicado às mulheres. E, em especial, aquelas cujas histórias fascinantes foram ofuscadas pelo simples fato de serem mulheres.

“Essas histórias já deveriam ter sido contadas. E eu suspeito que, se fossem homens, seriam mais conhecidas”, diz Frank sobre o projeto que também contará com uma série de podcasts, chamada “Tales From No Man’s Land”. Veja o trailer abaixo:

O primeiro single do álbum, assim como o primeiro episódio do podcast, já estão disponíveis por todo lado e é sobre a Sister Rosetta Tharpe, uma das mais importantes e influentes artistas da história americana. Há quem tenha certeza de que ela é mãe do Rock ‘n Roll.

Ouça a faixa que conta com quebras de guitarra tiradas do catálogo da própria Sister Rosetta. “O que eu achei desafiador, porque ela é uma guitarrista muito melhor do que eu”, admite Turner.

Aqui está o primeiro episódio do “Tales From No Man’s Land”:

Vale dizer que as mulheres apresentadas nas 13 faixas do álbum são provenientes de várias linhas geográficas e históricas. Como, por exemplo, a princesa bizantina Kassiani (The Hymn of Kassiani), a ativista feminista egípcia Huda Sha’arawi (The Lioness) e Resusci Anne (Rescue Annie), uma virgem apócrifa afogada cujo rosto foi usado como modelo para o manequim médico em todo o mundo. “Você não pode deixar de escrever uma música sobre uma mulher que morreu sem ter sido beijada e depois se tornou o rosto mais beijado da história”, argumenta Turner.

Há ainda a serial killer do Deep South que arrancou suas vítimas das páginas da coluna de jornal Lonely Hearts (Nannie Doss), a herdeira obcecada pelo jazz que lutou pelo Free French (Nica Rothschild), uma barulhenta proprietária de uma casa do século 17, em Camden Town, acusada de feitiçaria (Jinny Bigham), a estrela do vaudeville do Velho Oeste baleada por um bandido da pequena cidade (Dora Hand) e por aí vai…

Apesar do feminismo implícito no álbum, Frank não quer se colocar em cima de um palanque. “Ninguém mais está escrevendo essas músicas agora. É por isso que quero compartilhar essas histórias”, comenta o músico que incluiu no projeto uma música especial sobre sua mãe. A faixa sobre Rosemary Jane honra sua coragem e determinação através das partes mais difíceis de sua infância.

Não sei vocês, mas eu já estou ansiosa para ouvir sobre esta obra completa!