Zé Geraldo reencontra suas origens em “O Lugar Onde Eu Nasci”
por Maísa Cachos
Zé Geraldo está vivendo um marco em 2024. Celebrando oito décadas de vida e 45 anos de estrada, o mineiro lança seu 22º álbum de estúdio, “O Lugar Onde Eu Nasci”, uma obra que reverencia suas origens enquanto aponta para novos horizontes.
Produzido por Zeca Loureiro, o disco carrega a assinatura inconfundível do folk brasileiro com pitadas de rock, conectando o ouvinte ao universo intimista do artista. Inspirado pelos anos de isolamento durante a pandemia, Zé Geraldo transforma memórias e reflexões em canções que emocionam e provocam um retorno às raízes – tanto dele quanto de quem ouve.
O Folk das Origens: Narrativas e Sonoridades
Abrindo com “O Menino, a Bola e a Canção”, uma faixa guiada por violões que nos transporta para a infância em Rodeiro, Minas Gerais, Zé Geraldo traça um caminho sonoro que é tão pessoal quanto universal. A música se desenrola como uma saga folk: cada acorde, cada verso, desenha uma história rica em detalhes.
O álbum também se destaca pelas colaborações, com parceiros como Folk na Kombi, além da participação de seu neto Gael Loureiro e do violinista Ricardo Herz, que adicionam novas texturas à jornada musical. Canções como a faixa-título exploram elementos tradicionais brasileiros, como a folia de reis e a música caipira, com as caixas do divino e a viola de Francis Rosa dando vida às raízes mineiras do cantor.
Mais que Música, um Legado
A narrativa autobiográfica de Zé Geraldo não se limita às melodias. A identidade visual do álbum, criada por Andrea Pedro, celebra o passado do artista com fotos da fazenda onde ele nasceu, em Rodeiro. É uma homenagem ao chão que moldou sua trajetória, agora imortalizado em som e imagem.
Com dez canções inéditas, das quais Zé assina oito, “O Lugar Onde Eu Nasci” é uma declaração de amor ao passado que constrói o presente. É um convite para revisitar o simples e o belo, uma conversa entre o velho e o novo, como uma tarde de histórias contadas à beira da fogueira.
Aos 80 anos, Zé Geraldo prova que ainda tem muito a dizer – e a cantar. “O Lugar Onde Eu Nasci” é mais que um álbum; é um reencontro com a essência, um abraço nas memórias e uma ponte para o futuro.