Três caras, uma Kombi e uma paixão: a música folk! Batemos um papo com a banda Folk na Kombi, de São Paulo mas com um pézinho no Mato Grosso. Confira um pouco sobre o grupo formado por Bezão, Felipe Camara e Jonavo.
FDW: O projeto Folk Na Kombi já começa com a gravação de um DVD. Como surgiu a ideia e quais artistas (cantores/bandas) participam do projeto?
Folk na Kombi: Há cerca de dois anos e foi um encontro natural. Cada um de nós fazia um trabalho que misturava sonoridades acústicas com elementos da world music. Bezão teve uma banda chamada Rossa Nova por mais de dez anos, onde seguiam bem a tradição do rock rural surgida nos anos 70 através de artistas como Sá, Rodrix e Guarabyra. O Felipe mesclava as bases de violão folk com uma pegada mais rock’n roll em todas as bandas que ele teve antes. O Jonavo é do MS, terra muito musical de onde vieram grandes artistas como o Almir Sater, então ele já combinava essa coisa da regionalidade dele com melodias mais suaves, num estilo que lembra o trabalho solo do George Harrison, por exemplo. quando nos aproximamos vimos que nosso background musical tinha um denominador comum: a música folk. Daí foi só convidar esses músicos da pesada que nos acompanham e inventar o Folk na Kombi.
FDW: Quando vi o plano de vocês, foi inevitável não lembrar do “Austin to Boston”, um filme recente que mostra a trajetória de alguns artistas folks nos EUA. Os projetos tem alguma ligação? Influência, talvez.
Folk na Kombi: Não houve influência direta do filme. O filme foi lançado um pouco depois das gravações do nosso DVD. Mas acreditamos em uma soma de energias e não podemos negar que o filme tem um pouco do nosso espírito. O importante é que a música una as pessoas. Por isso fazemos folk. No entanto, há uma influencia do filme “The Last Waltz” de Martin Scorsese, onde ele documenta e capta o último show da The Band, uma banda de folk rock dos anos 70 com a participação de grandes ídolos do folk como Bob Dylan e Neil Young.
FDW: O projeto conta com bastante material autoral. Como surgiu o interesse de vocês pelo folk e quais são as principais influências?
Folk na Kombi: O interesse de contar nossas histórias não é de todo explicável. É uma coisa que vem do peito. O Bezão é de São Vicente, criado entre Santos e São Paulo, com um pé sempre no interior do estado e tem características de um folk bem enérgico balanceado entre o folk do campo e da cidade, já o Felipe é do Rio de Janeiro, mas foi criado em São Paulo e também sempre manteve um elo com o interior, suas influências são de um folk mais urbano, o Jonavo vem de Campo Grande/MS e até por isso, pelo elo de origem, ele mantém suas influências tanto no folk do campo como no folk da cidade. Nossas principais influências são: Almir Sater, Renato Teixeira, Renato Godá, Geraldo Roca, Zé Ramalho, Fagner, Sá, Rodrix e Guarabyra, Belchior, Crosby, Stills, Nash and Young, Johnny Cash, Bob Dylan, Jonh Butler Trio, James Taylor, Damien Rice, Cat Stevens (Yusuf Islam), Leon Gieco, entre outros.
FDW: Quando começou a idealização do projeto, quanto tempo durou e quantas pessoas estiveram envolvidas?
Folk na Kombi: Esse projeto do DVD começou há mais ou menos um ano e é fruto da união de três caras comprometidos com a música folk brasileira. Esse gênero nunca esteve nas prateleiras de CD´s quando elas existiam no nosso país, mas resolvemos resgatar essa nomenclatura pra gente fazer o que a gente ama, que é estar no palco tocando. isso envolve juntar as pessoas, chamar a galera.
Na gravação do DVD foram envolvidas cerca de 45 pessoas e o processo durou mais ou menos 3 meses para idealização. Foram registradas 12 músicas em uma vila de operários na Zona Oeste de São Paulo em 18 horas de gravação!
FDW: O Folk Na Kombi agora vai ganhar às ruas do Brasil?
Folk na Kombi: Nós já estamos nas ruas, praças, casas de show. Tivemos a sorte de gravar esse DVD, que prefiros chamar de “Especial Folk na Kombi”, mas nós fazemos música na Kombi pra agregar gente, conhecer compositores, cantar a céu aberto. É um projeto mais para chegar nas pessoas com alegria, energia e música de alma.
Bora curtir?
