O Folk na Kombi nasceu como um “O Grande Encontro” às avessas. Ou, pelo menos, como “O Grande Encontro” da cena folk paulistana independente.
Quando se conheceram – e se juntaram – lá em 2014, Bezão, Felipe Camara e Jonavo estavam desenvolvendo suas carreiras na música popular. Num mar imenso de afinidades, juntaram repertório, criaram mais um tanto e colocaram na estrada um projeto – um manifesto, na verdade – que visava fortalecer o movimento folk que se desenhava nos bares e palcos paulistanos. A Kombi entrou para dar a cara do manifesto: levar a música folk independente até o público. E deu tudo muito certo.
A força do repertório, a identidade visual, o carisma dos meninos e um time de músicos formado só por feras acabaram por transformar o que seria um projeto coletivo em uma banda. Por três anos, a Kombi percorreu um enorme circuito independente, flertou com o mainstream e cumpriu com louvor o propósito de divulgação da música folk. E ajudou a revelar um sem número de artistas folk que embarcavam nas suas caravanas.
Cientes de seu forte apelo visual, decidiram por não lançar suas músicas em CD, mas sim em “filmes de música” que acabaram por ter um número surpreendente de ouvintes-espectadores. O primeiro foi lançado logo em 2014.
No fim de 2016, estacionaram a Kombi no Auditório Ibirapuera para a gravação do segundo filme. Com quase três anos de estrada, repertório amadurecido, e entrosamento muito aguçado, entregaram aos presentes um show memorável, com algumas canções inéditas e participações muito especiais: Zé Gerado – ícone do folk brasileiro, que recentemente declarou ter “finalmente encontrado sua turma” ao se referir à cena folk paulistana; e a trupe d’ O Teatro Mágico – “irmãos de fé” na medida em que é um dos maiores representantes da música independente no Brasil, e que consegue alcançar milhões de pessoas sem depender das grandes gravadoras. O show foi gravado e dirigido por Maria Silvia Siqueira Campos (“Elis”, “Tim Maia”).
A apresentação representou a conclusão de um ciclo. Missão cumprida. Fortalecidos não só pela exposição que o Folk na Kombi alcançou na cena independente, mas também pela experiência adquirida no longo período na estrada, Bezão, Felipe e Jonavo voltaram a dedicar seu tempo aos seus projetos individuais. Bezão juntou-se a Nô Stopa na dupla Duas Casas, e lançou o primeiro disco (co-produzido por Felipe) no fim de 2017. Jonavo lançou seu disco solo “Casulo”, mais ou menos na mesma época. E Felipe investiu na carreira de produtor musical, e também vai lançar seu próximo disco solo logo mais.
>> Veja também: Duas Casas: Bezão e Nô Stopa lançam primeiro disco autoral juntos
Mas, se o ciclo estava se encerrando para os artistas, ainda não estava de todo encerrado para o público. Com a finalização da edição do show gravado em 2016, e o filme pronto para ser lançado, o grande encontro volta a acontecer para entregar ao público o novo filme, no mesmo Auditório Ibirapuera, onde o show foi gravado. E com as participações especiais de Zé Geraldo, Fernando Anitelli e Nô Stopa.
Último show do Folk na Kombi? Quem viver, verá? O trio não disfarça ao comentar que os projetos individuais tomam um tempo que praticamente inviabiliza o projeto coletivo no curto prazo. Mas também não esconde que o prazer de tocar juntos e de estar na estrada com a Kombi os impede de dar o projeto como terminado. “Foi como um Grande Encontro às avessas. Juntamos forças para dar voz à música folk, até hoje marginalizada pelas grandes gravadoras. E conquistamos nosso espaço, de forma independente”, comenta Jonavo. “E é essa independência que nos permite estar juntos, sempre que quisermos” diz Felipe. “Escreve aí: como banda, o Folk na Kombi entra em recesso, por enquanto. Como manifesto, a gente quer estar junto para sempre”, finaliza Bezão.
É… Quem viver, verá!
Serviço:
Folk Na Kombi: lançamento do filme “Ao vivo no Auditório Ibirapuera”
Data: 03 de agosto, às 21h
Local: Auditório Ibirapuera
Endereço: Pedro Álvares Cabral, Parque do Ibirapuera, Portão 2 – Parque Ibirapuera, São Paulo.
